Em mensagem por ocasião do II Fórum Mundial da Alimentação, Santo Padre ressalta a importância de não simplesmente dar o alimento, mas doar-se ao serviço das outras pessoas
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Papa Francisco / Foto: Arquivo
O Papa Francisco voltou a falar de pobreza e fome em mensagem para o II Fórum Mundial da Alimentação que começou nesta segunda feira, 17, em Roma. O Pontífice trouxe uma reflexão sobre uma conversão econômica e fez um chamado à retomada de consciência sobre como administrar os alimentos, um dom de Deus.
No texto, Francisco saúda o diretor-geral da FAO, os participantes da convenção e todos aqueles que lutam diariamente para erradicar a fome e a pobreza no mundo.
Sinais concretos da bondade do Criador
O Papa recorda que o alimento é essencial para a vida humana de fato, participa de sua sacralidade e não pode ser tratado como qualquer outra mercadoria.
“Os alimentos são sinais concretos da bondade do Criador e frutos da terra. Vêm-me à mente nossos avós e o respeito que eles tinham pelo pão; eles o beijavam quando o traziam para a mesa e não permitiam que nada fosse desperdiçado. O próprio Cristo, na Eucaristia, tornou-se pão, pão vivo para a vida do mundo (cf. Jo 6,51).”
Respeitar os alimentos e conferir-lhes o lugar de destaque que ocupa na vida humana só será possível, afirma o Pontífice, se, além de nos interessarmos pela sua produção, disponibilidade e acesso, bem como pelas medidas técnicas do comércio agrícola, tomarmos consciência de que é um dom de Deus, do qual somos meros administradores.
“Como disse nas outras mensagens dirigidas recentemente à vossa Organização, a nossa primeira preocupação deve centrar-se no ser humano enquanto tal, considerado na sua integralidade e tendo em conta as suas necessidades reais, em particular aquelas que carecem do sustento básico para sua sobrevivência.”
Francisco afirma ainda que, neste período de crises interligadas, a mensagem de Cristo, mesmo para os não crentes, desafia-nos a não simplesmente dar o alimento, mas a dar-nos ao serviço dos outros. “Esta prioridade só poderá ser salvaguardada se voltarmos a acreditar na fraternidade e na solidariedade que devem inspirar as relações entre as pessoas e entre os povos”.
Por fim, o Papa encerra a sua mensagem à FAO com uma oração na qual faz votos de que o Fórum Mundial da Alimentação seja um evento frutuoso. “Confio ao Deus Todo-Poderoso os frutos deste encontro, para que aumentem as iniciativas e as decisões que contribuem para o bem e o futuro de toda a humanidade,” concluiu.
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