No Angelus deste domingo, o Papa destaca ensinamento de Jesus que aponta que o verdadeiro poder não está no domínio dos mais fortes, mas no cuidado com os mais fracos
Da redação, com Vatican News
“Quantas pessoas sofrem e morrem por causa das lutas pelo poder! São vidas que o mundo rejeita, assim como rejeitou Jesus. Quando Ele foi entregue nas mãos dos homens, não encontrou um abraço, mas uma cruz. No entanto, o Evangelho continua sendo palavra viva e cheia de esperança: Aquele que foi rejeitado, ressuscitou, é o Senhor!”. Foi o que disse o Papa Francisco na reflexão que precedeu o Angelus deste domingo, 22.
O Santo Padre recordou que o Evangelho da liturgia de hoje (Mc 9,30-37) fala de Jesus que anuncia o que acontecerá no ápice de sua vida: “O Filho do Homem é entregue às mãos dos homens e eles o matarão, mas depois de três dias ele ressuscitará”. No entanto, explicou o Papa, os discípulos, enquanto seguem o Mestre, têm outra coisa em suas mentes e lábios e quando Jesus lhes pergunta sobre o que estavam falando, eles não respondem.
Quer ser grande? Faça-se pequeno
“Prestemos atenção a esse silêncio: os discípulos silenciam porque estavam discutindo sobre quem era o maior. Que contraste com as palavras do Senhor! Enquanto Jesus lhes confiava o sentido da própria vida, eles falavam de poder. E agora a vergonha fecha suas bocas, como antes o orgulho havia fechado seus corações. No entanto, Jesus responde abertamente às palavras sussurradas ao longo do caminho: ‘Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último’. Quer ser grande? Faça-se pequeno, coloque-se a serviço de todos”, destacou.
Francisco afirmou que, com uma palavra tão simples e decisiva, Jesus renova nosso modo de vida. “Ele nos ensina que o verdadeiro poder não reside no domínio dos mais fortes, mas no cuidado com os mais fracos”.
Quem acolhe o menor, a mim acolhe
Francisco retomou a passagem desta página do Evangelho em que Jesus chama uma criança, coloca-a no meio dos discípulos e a abraça, dizendo: “Aquele que receber uma destas crianças por causa do meu nome, a mim recebe”. O Papa enfatiza que a criança não tem poder, e sim necessidade, e afirma que ao cuidar do homem, reconhecemos que ele está sempre necessitado de vida.
“Nós, todos nós, estamos vivos porque fomos acolhidos, mas o poder nos faz esquecer essa verdade. Então nos tornamos dominadores, não servidores, e os primeiros a sofrer são os últimos: os pequenos, os fracos, os pobres.”
Francisco concluiu sua reflexão, deixando aos fiéis alguns questionamentos: “Sei reconhecer o rosto de Jesus nos pequeninos? Eu cuido do meu próximo, servindo com generosidade? Agradeço àqueles que cuidam de mim?”
E convidou os fiéis a, juntos à Nossa Senhora, orar para ser como ela, “livres da vanglória e prontos para servir”.