Não basta dar um pão, é preciso ensinar a caminhar, diz Papa em encontro com refugiados

“Dar um pedaço de pão não é o suficiente se o necessitado não aprender a caminhar com as próprias pernas”, disse o Papa Francisco em encontro com refugiados

Liliane Borges
Da Redação

paparefugiadosO Papa Francisco visitou nesta terça-feira, 10, o centro de acolhida de refugiados coordenado pelos religiosos jesuítas de Roma. O Santo Padre chegou ao “Centro Astalli” às 15h30 (horário local), e foi recebido pelo responsável, padre Giovanni Lamanna, sj.

O primeiro lugar visitado pelo Papa foi o refeitório, onde saudou os refugiados e voluntários que o aguardavam. Em seguida, fez um breve momento de oração na capela. Em seguida, Francisco seguiu para a Igreja de Jesus, ali se encontrou com mais de 500 pessoas, entre refugiados, autoridades e benfeitores do Centro Astalli.

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.: NA ÍNTEGRA: Discurso do Papa aos refugiados

Francisco recebeu as boas vindas de padre Lamanna e de dois refugiados escolhidos, o sudanês Adam e a jovem síria, Carol. Estavam presentes na Igreja, o Cardeal Vigário para a Diocese de Roma, Dom Agostino Vallini, o provincial dos jesuítas na Itália, padre Carlo Casalone, entre outras autoridades eclesiáticas.

No discurso, o Pontífice afirmou que três palavras definem o trabalho de acolhida dos jesuítas: servir, acompanhar e defender. E destacou que são exemplos para a toda a Igreja. “Servir significa inclinar-se para quem há necessidade, tomá-lo pela mão, sem cálculos, sem temor, com ternura e compaixão, assim como Jesus se inclinou para lavar os pés dos apóstolos”, declarou.

O Pontífice afirmou que nos tempos atuais a solidariedade é vista quase como um “palavrão”, mas deve ser a palavra dos cristãos.

Ao falar sobre o “acompanhar”, o Papa destacou que dar um pedaço de pão não é o suficiente se o necessitado não aprender a caminhar com as próprias pernas. “A misericórdia verdadeira, aquela doada por Deus (…), pede justiça, pede que o pobre encontre a estrada para sair dessa situação”, defendeu. Neste sentido, o Pontífice destacou as atividades do Centro, que além da alimentação, proporciona aos acolhidos a inserção social.

“Servir e acompanhar significam também defender, colocar-se ao lado de quem é mais fraco”, destacou o Papa. Os refugiados já viram tantas vezes os próprios direitos negados, passaram por tantos atos de violência, que não conseguem nem mesmo exigir os próprios direitos, e por isso devem ser ajudados, pediu o Pontífice.

No final do discurso, Francisco fez um apelo aos Institutos religiosos para que acolham os necessitados. “Os conventos vazios não servem para serem transformados em hotéis a fim de ganhar dinheiro. Os conventos vazios não são nossos, mas são para a carne de Cristo que está nos refugiados”, declarou. O Pontífice pediu para que seja superada a tentação da “mundanidade espiritual” para que todos sejam próximos às pessoas simples e mais necessitadas.

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