Pontífice recebeu, na manhã desta sexta-feira, 28, no Vaticano, os participantes do Capítulo Geral da Sociedade do Verbo Divino (Verbitas) que tem como tema “Brilhe a vossa luz diante dos homens”
Da redação, com Vatican News
Foto: Vatican media IPA Sipa USA via Reuters
“As atividades missionárias criativas nascem do amor pela Palavra de Deus; a criatividade nasce da contemplação e do discernimento”. Foi o que disse o Papa Francisco ao receber na manhã desta sexta-feira, 28, no Vaticano, os participantes do Capítulo Geral da Sociedade do Verbo Divino (Verbitas) que tem como tema “Brilhe a vossa luz diante dos homens”.
O Capítulo, segundo o Santo Padre, é um momento de reflexão sobre o carisma e a missão de uma congregação e, como vocês são a Sociedade do Verbo Divino, durante esses dias retornem à fonte de sua identidade, que é o Senhor como Palavra da salvação.
O Pontífice ressaltou que a palavra gera, dá vida, inspira e motiva, sendo o ponto focal da missão. A Palavra, que em Jesus se tornou carne, mostrou a face do Pai, seu amor misericordioso, prosseguiu. Assim Francisco reforçou que o Verbo encarnado tornou-se a luz do mundo.
“Como isso é possível? Estando com Ele e indo, permanecendo em Seu amor e testemunhando-O. A evangelização requer familiaridade com a Palavra de Deus. Essa, irmãos, é a fonte da qual vocês nascem e renascem como discípulos fiéis e missionários criativos.”
Discípulos fiéis
De acordo com o Santo Padre, todos os batizados são chamados a ser discípulos missionários, e a fidelidade a essa vocação é nosso compromisso, sempre com a graça de Deus. O discípulo fiel, continuou Francisco, é visto pela alegria do Evangelho que resplandece em seu rosto, em seu estilo de vida, com o qual ele transmite aos outros o Amor que primeiro recebeu e recebe todos os dias. Experimentar o Amor Trinitário e acender a chama do Espírito é o valor central para o crescimento como discípulos e missionários religiosos, exortou o Papa.
Missionários criativos
De onde vem a criatividade? Segundo o Papa ela vem da Palavra e do Espírito, ou seja, de Cristo vivo em cada pessoa, que o torna participante de sua missão no Espírito Santo. “É Ele quem atrai os corações, não somos nós! É o Espírito que é o protagonista, e a nossa ‘arte’ é trabalhar com todas as nossas forças, gastando todos os nossos talentos, na certeza de que é sempre Ele que trabalha, é Ele que cria, e a nossa ação é docilidade, é um instrumento, é um ‘canal’, um reflexo, uma transparência”…
Francisco recordou que os Verbitas atuam em 79 países e estão lá para anunciar o Evangelho e “tornar presente no mundo o Reino de Deus”. Isso, salientou, é feito compartilhando alegria e não impondo obrigações. As atividades missionárias criativas, pontuou o Papa, nascem do amor pela Palavra de Deus; a criatividade nasce da contemplação e do discernimento.
Urgências atuais
O Santo Padre enfatizou ainda algumas urgências atuais. “A primeira: sermos construtores da paz. O mundo está ferido por conflitos, guerras, destruição do meio ambiente, violência contra a vida e a dignidade humana, ideologias fundamentalistas e outras pragas. A paz é o grito do povo: ouçamos esse grito e nos tornemos construtores da paz! Jesus Ressuscitado repetiu várias vezes aos Apóstolos: ‘A paz esteja com vocês”. E depois disse: ‘Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio’. Levemos a paz de Cristo a todos, especialmente aos pobres, aos migrantes, às mulheres discriminadas, às crianças, aos excluídos. Deus ouviu o clamor do povo escravizado (cf. Êx 3,9); não fechemos os ouvidos ao clamor dos escravos de hoje e sejamos criativos na construção da paz”.
A segunda urgência é ser esperança profética para todas as culturas. Na véspera do ano do Jubileu, em um mundo ferido, o Pontífice afirmou que as comunidades devem se tornar sinais de esperança. Isso significa, antes de dar esperança, ser esperança, exercendo o caráter profético que vem do batismo. “Para vocês, a consagração de acordo com o carisma original vem para confirmar e fortalecer o dom batismal e se torna um compromisso de testemunho, nos diferentes contextos sociais e culturais em que se encontram. ‘Ser esperança profética para cada cultura’. Que desafio! Somente a Igreja Católica pode responder a ele, porque desde o início ela foi animada pelo Espírito de Pentecostes. Vocês são especialistas em interculturalidade”.
Sobre o terceiro aspecto, o “ser missionários da sinodalidade”, o Papa comentou que a Igreja que “sai” está aberta aos outros. É uma comunidade que acolhe e abraça, onde o Senhor vive e o Espírito está ativo, acrescentou. Hoje, ele explicou que essa Igreja deve crescer com uma abordagem sinodal, ouvindo a todos, dialogando com todos e discernindo no Espírito qual é a missão.
“A sinodalidade é em si mesma missionária e, vice-versa, a missão é sempre sinodal. Portanto, incentivo-os a promover a sinodalidade em todos os aspectos de sua vida: deixem que cada comunidade cresça e desfrute de um estilo sinodal em que todos se sintam ouvidos e acolhidos”.
150º aniversário da fundação da Sociedade do Verbo Divino
“Caros irmãos, em 2025 vocês celebrarão o 150º aniversário da fundação da Sociedade do Verbo Divino. Em seus corações vibra a gratidão a Deus por seu imenso amor, que os impeliu a ir a todas as partes do mundo para pregar a Palavra e espalhar o amor de Deus, formar comunidades, servir aos pobres, buscar justiça para as pessoas, educação e capacitação, cuidar do meio ambiente. Com esse espírito de gratidão, reflita sobre como compartilhar de forma criativa a alegria da ressurreição de Jesus hoje. Santo Arnaldo Janssen discerniu a vontade de Deus e fez com que a Sociedade caminhasse de acordo com o Espírito”, concluiu.
Notícias Relacionadas
Santa Sé anuncia suspensão de audiências do Papa em julho
Papa: “Jesus é a misericórdia encarnada e nossa missão é dar testemunho”
Papa pede proximidade, astúcia e piedade a futuros embaixadores
“Somos todos instrumentos nas sábias mãos de Deus”, afirma Papa
Papa: papel do atleta vai além do esporte, é modelo de vida
