Depois da pausa de verão, Francisco celebrou nesta manhã, 16, a missa na Capela da Casa Santa Marta; reflexão encorajou oração também pelos governantes
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco pediu na manhã desta segunda-feira, 16, durante missa celebrada na capela da Casa Santa Marta, que os fiéis rezem pelos governantes e pelos políticos, para que levem adiante com dignidade suas vocações. A celebração eucarística foi a primeira no local depois da pausa de verão.
Refletindo sobre a Primeira Carta de São Paulo apóstolo a Timóteo, o Pontífice observou a necessidade de todo o povo rezar por um “pedido universal”. Sobre as orações, o Santo Padre pediu que fossem feitas “sem cólera e sem polêmicas”. “Pedidos, súplicas, orações e agradecimentos para todos os homens e ao mesmo tempo pelos reis e por todos os que estão no poder”, completou.
Segundo Francisco, Paulo evidencia que o ambiente de uma pessoa que crê é a oração, a oração de intercessão. “Que todos rezemos por todos, para que possamos levar uma vida calma e tranquila, digna e dedicada a Deus”, rogou. Para o Papa, é necessária a oração para que isso seja possível. O Pontífice explicou tratar-se da oração pelos governantes, pelos políticos, pelas pessoas que são responsáveis de levar adiante uma instituição política, um país, uma província.
Os políticos, afirmou o Santo Padre, recebem “adulações por parte de seus favoritos ou insultos”. De acordo com Francisco há políticos, mas também padres e bispos que são insultados. Para o Pontífice, “alguns merecem”, mas a prática se tornou “um hábito” de “acúmulo de insultos e de palavrões, de depreciações”. Ainda assim, o Papa frisou que quem está no governo “têm a responsabilidade de conduzir o país”. Sobre o povo, questionou: “E nós, os deixamos sós, sem pedir a Deus que os abençoe?”. Respondeu: “Tenho certeza que não se reza pelos governantes, ao contrário: poderia parecer que a oração aos governantes seja ‘insultar-lhes'”.
Por fim, o Santo Padre recordou como os italianos passaram recentemente por uma “crise de governo”. “Quem de nós rezou pelos governantes? Quem de nós rezou pelos parlamentares? Para que possam ir de acordo e levar adiante a pátria? Parece que o espírito patriótico não chega à oração; mas sim às desqualificações, ao ódio, às brigas, e termina assim. Portanto, quero que em todos os lugares as pessoas rezem, levantando as mãos puras para o céu, sem raiva e sem polêmicas. É preciso discutir e esta é a função de um parlamento. Discutir, mas não destruir o outro. Aliás, é preciso rezar pelo outro, por aquele que tem uma opinião diferente da minha”, exortou.
Diante dos que pensam que aquele político é “muito comunista” ou “corrupto”, o Papa, citou a passagem do Evangelho de Lucas na qual o apóstolo não pede para que a política seja discutida, mas pede orações. Aos que dizem que “a política é suja”, o Pontífice afirmou que Paulo VI a considerava “a mais alta forma de caridade”:
“Pode ser suja assim como qualquer outra profissão, qualquer uma… Somos nós que sujamos uma coisa, mas não é a coisa em si que é suja. Acredito que devemos nos converter e rezar pelos políticos de todas as cores, todos eles! Rezar pelos governantes. É isso que Paulo nos pede. (…) Os governantes são responsáveis pela vida de um país. É bom pensar que, se o povo reza pelos governantes, os governantes também serão capazes de rezar pelo povo, como o centurião que reza pelo seu servo”, concluiu.