A corredora vaticana Sara Carnicelli se tornou a primeira atleta da história do país a participar em um grande evento oficial.
Da Redação, com Vatican News e Dom Total
Sara Carnicelli disputou nesta sexta-feira, 1, a meia-maratona dos Jogos Mediterrâneos, que estão acontecendo em Oran, Argélia. A vaticana ficou em 9º lugar, com o tempo de 1 hora 17 minutos e 21 segundos, entre 12 corredoras.
Foi permitido ao Vaticano competir no evento, mas o resultado de Sara não contaria para a classificação geral da prova, que foi vencida pela italiana Giovanna Epis, cruzando a linha de chegada após 1 hora, 13 minutos e 47 segundos da largada.
Carnicelli, filha de um empregado do Vaticano, está na Argélia acompanhada o chefe do esporte no Ministério da Cultura do Vaticano o Monsenhor Melchor Jose Sanchez de Toca y Alameda.
Mensagem do Papa
A mensagem do Papa para o evento esportivo, em Oran, saúda com alegria a experiência esportiva que forma e educa para valores que nos protegem de cair no horror da guerra.
O evento que ocorre na Argélia, une povos, religiões e culturas.
Instrumento de fraternidade
“O esporte é um instrumento de fraternidade que não detém a guerra, mas pode mostrar a possibilidade de uma humanidade diferente, respeitosa dos valores, honesta e atenta. Porque o esporte autêntico é formado de tudo isso, forma e educa.”
O Papa Francisco relançou o valor e a função do esporte e desta iniciativa em particular em sua mensagem lida no sábado, 2 de julho, durante a Missa das Nações no Santuário de Nossa Senhora de Santa Cruz, em Oran, na Argélia, onde se realiza a 19ª edição dos Jogos do Mediterrâneo.
Como uma ponte entre religiões e culturas diferentes, uma ponte que hoje é mais necessária do que nunca, dada a realidade de guerras e violência que estamos vivendo.
Em sua mensagem, o Papa saúda os participantes, cerca de 3.390 atletas de 26 países.
A saudação inclui muçulmanos, e a pequena delegação da Athletica Vaticana, que participam do evento que teve início em 25 de junho, e prossegue até 6 de julho na cidade de Oran.
Depois, o olhar de Francisco se volta para o Mediterrâneo, encruzilhada de culturas e povos, que hoje se tornou um cemitério para muitos que o atravessam em busca de um futuro melhor, e diante do qual não podemos ficar indiferentes.
Athletica, embaixadora do Papa com rosto solidário
No texto, lido pelo Bispo de Argel e administrador apostólico de Oran, Dom Jean Paul Vesco, Francisco sublinha quanto o esporte, praticado em conjunto, pode se tornar um “instrumento eficaz” de fraternidade: pode nos tornar “fratelli tutti” ou seja “todos irmãos”.
Neste sentido, o Papa se refere à participação da Athletica Vaticana, convidada a participar dos Jogos de Oran pelo Comitê Organizador da Argélia, como um gesto de fraternidade esportiva de grande significado.
Francisco agradece o convite feito à Athletica Vaticana que age como “embaixadora do Papa” nos Jogos.
Ela, explica o Pontífice, testemunha concretamente nas ruas e entre as pessoas “o rosto solidário do esporte”, acolhendo jovens migrantes e pessoas com deficiência.
“Queridos amigos vivam o esporte como experiência de unidade e fraternidade.” É com esse espírito que “os encorajo a correr juntos a grande corrida da vida sob o olhar materno de Nossa Senhora de Santa Cruz”, conclui o Papa.
A Athletica é a primeira Associação desportiva oficial do Vaticano
A equipe consiste de 60 a 70 atletas e varia de padres e freiras a guardas suíços e leigos.
Um dos nomes mais proeminentes é o membro do Pontifício Conselho para a Cultura, do padre Melchor Sánchez de Toca.
Junto com ele, outros “corredores” são párocos, freiras, curadores de museus, carpinteiros, bombeiros ou agricultores da fazenda de Castel Gandolfo, encarregados de abastecer a mesa do Sumo Pontífice.
Esta associação surge como resultado de uma homilia do Papa Francisco em maio de 2017: “O cristão é um peregrino, um corredor de maratona esperançoso: gentil, mas determinado a andar”, concluiu o Santo Padre em Gênova.