Proposta da obra lançada hoje pela Livraria Editora Vaticana é explicar a visão cristã da ecologia
Da Redação, com Vatican News
Foi lançado nesta quinta-feira, 24, o livro “Nostra Madre Terra. Una lettura cristiana della sfida dell’ambiente” (Nossa Mãe Terra: Uma leitura cristã do desafio do ambiente), da Livraria Editora Vaticana. A obra reúne textos de documentos do Papa Francisco sobre o meio ambiente. O prefácio é do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, que recorda as etapas da colaboração com o Santo Padre, principalmente nas mensagens por ocasião do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, instituído em 2015, que une a Igreja Católica e a Ortodoxa na comum “preocupação pelo futuro da criação”.
No primeiro capítulo, “Visão íntegra”, foram selecionados alguns textos, principalmente trechos da Laudato si’, que mostram a necessidade de proteger a casa comum através da união de “toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral”. Esta premissa é desenvolvida no capítulo “De um desafio atual a uma oportunidade global” por meio da análise de alguns trechos da Encíclica do Papa Francisco sobre a crise ambiental dos dias atuais, onde poluição, aquecimento global, mudanças climáticas, perda de biodiversidades são o efeito de uma exploração incontrolada destinada a crescer rapidamente se não forem tomadas medidas imediatas para uma mudança de direção. É necessária a conversão ambiental – observa o Papa – possível através da promoção de uma verdadeira educação ecológica que crie, principalmente nos jovens, uma conscientização e portanto uma consciência renovada.
No escrito inédito que conclui o livro “Nostra Madre Terra”, Papa Francisco oferece a todos uma visão mais ampla de um assunto que não é simples preocupação para a salvaguarda do meio ambiente. Mesmo compartilhando muitos aspectos, não é comparável a uma visão leiga da ecologia. De fato, desenvolve a chamada teologia da ecologia em um discurso profundamente espiritual.
Papa Francisco lembra ainda que a criação é fruto do amor de Deus para com cada uma de suas criaturas, principalmente pelo homem ao qual deu o dom da criação. A conexão entre homem e criação vive no amor e se este se acaba corrompe-se e não reconhece o dom que lhe foi dado. A exploração dos recursos feita de modo irresponsável para tomar posse de riquezas e poder, concentrando nas mãos de poucos, cria um desequilíbrio destinado a destruir o mundo e o próprio homem.
Recomeçar do perdão e do Espírito Santo
Não é suficiente uma revolução tecnológica e compromisso individual. A tomada de consciência passa principalmente através de um “autêntico espírito de comunhão”. Deve-se recomeçar do perdão. Pedir perdão aos pobres, aos excluídos, antes de tudo, para poder pedir perdão também “à terra, ao mar, à ar, aos animais…”. Para o Papa Francisco pedir perdão significa rever totalmente o próprio modo de ser e de pensar, significa renovar-se profundamente. E o perdão só é possível no Espírito Santo. É uma graça a ser implorada com humildade ao Senhor. O perdão é se tornar ativos, empreender um caminho juntos e nunca na solidão.