MÃE DE DEUS

“Se queremos ser cristãos, devemos ser filhos de Maria”, afirma Papa

Ao celebrar a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, Francisco destacou a maternidade de Maria, pela qual Deus se fez homem e trouxe a salvação a todos

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Francisco olha o ícone da “Madonna Lactans”, exposto na Basílica de São Pedro para as cerimônias de fim de ano / Foto: Vatican Media/­Handout via REUTERS

Iniciando o ano de 2024, o Papa Francisco celebrou na manhã desta segunda-feira, 1º, a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Aproximadamente 7 mil fiéis foram à Basílica de São Pedro para participar da Missa presidida pelo Pontífice.

Em sua homilia, ele afirmou que é bom o ano se iniciar com a invocação de Nossa Senhora e a proclamação, com alegria, da Santa Mãe de Deus. Referindo-se ao trecho da carta de São Paulo aos Gálatas que integra a liturgia do dia (cf. Gl 4,4-7), o Santo Padre apontou para o envio do Filho de Deus, nascido de uma mulher, quando completou-se o tempo previsto. Desta forma, ele frisou que “a Mãe está no centro do tempo: Deus quis fazer girar a história através dela, a mulher”.

Maria, explicou Francisco, foi o caminho escolhido por Deus para fazer-Se homem, consistindo em um “ponto de chegada” do anúncio da vinda do Senhor feito anteriormente por tantas outras pessoas. Dessa forma, a escritura, em referência ao Gênesis, sugere que a Mãe com o Filho simboliza uma nova criação.

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O Papa indicou então que “no início do tempo da salvação está, portanto, a Santa Mãe de Deus, a nossa Santa Mãe”. Assim, as palavras “Mãe de Deus”, ao constituir este dogma, expressam a certeza de que Deus se uniu de forma eterna e definitiva à humanidade. “Deus no homem e o homem em Deus, para sempre”, acrescentou o Pontífice.

Maria, caminho para Deus

Voltando para o texto de São Paulo, o Santo Padre frisou um segundo envio, posterior ao de Jesus: “Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai!” (cf. Gl 4,6). Ele pontuou que Maria também é protagonista diante do Espírito Santo, que foi derramado sobre ela no momento da Anunciação e, depois, sobre os apóstolos que estavam reunidos em oração com a Mãe.

Assim, o Santo Padre sublinhou que a maternidade de Maria é o caminho mais próximo e direto para encontrar a ternura paterna de Deus. “A Mãe, de fato, nos conduz ao início e ao coração da fé, que não é uma teoria nem um empenho pessoal, mas um dom imenso, que nos faz filhos amados, moradas do amor do Pai”, expressou.

“Se queremos ser cristãos, devemos ser marianos, ou seja, filhos de Maria”
– Papa Francisco

Prosseguindo, Francisco sublinhou a necessidade do fiel de acolher Maria em sua própria vida. “Não é uma decisão de mera devoção, mas uma exigência de fé: se queremos ser cristãos, devemos ser marianos, ou seja, filhos de Maria”.

Maria, rosto feminino da Igreja

Ele pontuou ainda que a Igreja precisa de Maria para descobrir o seu próprio “rosto feminino”, com o objetivo de se assemelhar ainda mais à Mãe, abrir espaço para as mulheres e ser geradora através de uma pastoral feita de cuidado e solicitude, paciência e coragem materna. “O mundo precisa olhar para as mães e para as mulheres a fim de encontrar a paz, escapar das espirais da violência e do ódio, voltar a ter um olhar humano e um coração que vê”, manifestou o Papa.

Diante deste aspecto, ele declarou que quem fere, ainda que seja uma única mulher, profana Deus, nascido de uma mulher. “Toda sociedade precisa acolher o dom da mulher, de cada mulher: respeitá-la, protegê-la, valorizá-la”, exprimiu.

Maria, refúgio de todos

Além disso, o Pontífice recordou que, diante dos problemas e da tentação do fechamento, é preciso voltar-se para Maria e procurar refúgio nela. Pois “Maria, a mulher, assim como é decisiva na plenitude do tempo, também o é para a vida de cada um”, citou, adicionando que não há ninguém melhor do que a Mãe para conhecer os tempos e as urgências dos filhos.

Por fim, o Santo Padre enfatizou que Maria é o caminho para a construção da fraternidade, especialmente diante de tempos tão vazios de paz, que precisam de uma Mãe que congregue a família humana. “Olhemos para Maria para nos tornarmos construtores de unidade, e façamo-lo com a sua criatividade de Mãe, que cuida dos seus filhos: reúne-os e consola-os, escuta as suas dores e enxuga as suas lágrimas”, concluiu.

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