Papa aos mexicanos: converter o que degrada a humanidade

Papa encerrou sua viagem ao México com a Santa Missa em Ciudad Juárez, convidando à misericórdia e à conversão

Da Redação, com Rádio Vaticano

Último compromisso do Papa no Mèxico foi a Missa em Ciudad Juárez / Foto: Reprodução CTV

Último compromisso do Papa no Mèxico foi a Missa em Ciudad Juárez / Foto: Reprodução CTV

“Há sempre a possibilidade de mudar, estamos em tempo de reagir e transformar, modificar e alterar, converter aquilo que nos está destruindo como povo, o que nos está degradando como humanidade”. Este foi o último convite deixado pelo Papa Francisco na Missa desta quarta-feira, 17, em Ciudad Juárez – norte do México –, cidade que, apesar dos progressos feitos nos últimos anos no combate ao crime organizado, permanece marcada pela violência.

“A misericórdia anima-nos a olhar o presente e confiar naquilo que, de são e bom, está escondido em cada coração. A misericórdia de Deus é o nosso escudo e a nossa fortaleza”, reiterou Francisco após ter lembrado com Santo Irineu que “a glória de Deus é a vida do homem”.

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O livro de Jonas, na primeira leitura – com o episódio de Nínive que se estava autodestruindo em consequência da opressão e degradação, da violência e injustiça –, serviu de moldura ao Santo Padre para evidenciar alguns traços que caracterizam a misericórdia divina.

Ao mover o coração de Jonas, Deus o envia para evidenciar o que estava acontecendo, envia-o para despertar um povo inebriado de si mesmo. O apelo de Jonas à conversão encontra homens e mulheres capazes de se arrependerem, capazes de chorar: deplorar a injustiça, deplorar a degradação, deplorar a opressão.“Hoje esta palavra ressoa vigorosamente no meio de nós” disse Francisco. “Esta palavra é a voz que clama no deserto e nos convida à conversão”, acrescentou.

Francisco não deixou de comentar a realizadade da migração, tão presente no México. Essa “tragédia humana que é a migração” tornou-se um fenômeno global, disse, lembrando das chagas sociais que forçam as pessoas a partirem: a pobreza, a violência, o narcotráfico e o crime organizado.

“Uma injustiça que se radicaliza ainda mais contra os jovens: como ‘carne de canhão’, eles se veem perseguidos e ameaçados quando tentam sair da espiral de violência e do inferno das drogas”. “E que dizer das tantas mulheres às quais se lhes foram injustamente ceifadas a vida!”, exclamou o Santo Padre, aludindo ao fenômeno que a partir dos anos noventa fez de Ciudad Juárez teatro de violentos homicídios em série contra as mulheres.

Implorar a misericórdia do Pai

Francisco reconheceu o trabalho de muitas organizações da sociedade civil em favor dos direitos dos migrantes, e não só. “Estou a par também do trabalho generoso de muitas irmãs religiosas, de religiosos e sacerdotes, de leigos voltados ao acompanhamento e à defesa da vida. Prestam ajuda na vanguarda, muitas vezes arriscando a própria vida. Com a sua vida, são profetas de misericórdia, são o coração compreensivo e os pés da Igreja que acompanha, que abre os seus braços e apoia.”

“É tempo de conversão, é tempo de salvação, é tempo de misericórdia”, concluiu o Papa Francisco em seu último encontro com os fiéis e peregrinos mexicanos.

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