Na íntegra

Homilia do Papa na Missa em Tacloban - Filipinas

brasão do Papa Francisco
Viagem do Papa Francisco ao Sri Lanka e Filipinas

HOMILIA
Santa Missa
Aeroporto Internacional de Tacloban – Filipinas
Sábado, 17 de janeiro de 2015

A primeira leitura nos disse que temos um grande sacerdote. Jesus viveu como nós e se iguala a nós em tudo, menos no pecado. Porque ele não era pecador, mas para ser mais igual a nós, assumiu nosso pecado, se fez pecado.

Jesus vai adiante de nós sempre, e quando nós passamos por alguma cruz, ele passou primeiro. E se hoje todos nós nos reunimos aqui, 14 meses depois que passou o Tufão Yolanda é porque temos a segurança de que não vamos fraquejar na fé, porque Jesus passou primeiro.

Em sua paixão ele assumiu todas as nossas dores. E quando, permita-me fazer uma confissão, quando eu vi de Roma esta catástrofe, senti que tinha que estar aqui. E esses dias decidi fazer a viagem aqui, quis vir para estar com vocês, um pouco tarde é verdade, mas estou. Estou para dizer-lhes que Jesus é seu Senhor, que Jesus não nos decepciona.

Padre – você podem me dizer – a mim iludiu porque perdi minha casa, minha família, o que tinha, estou enfermo… É verdade o que me dizem, e eu respeito seu sentimento. Porém, Jesus está lá, na cruz, cravado, e de lá não nos decepciona.

Ele foi consagrado Senhor nesse trono, e aí passou por todas as calamidades que tememos. Jesus é o Senhor, e é Senhor a partir da cruz, ali reinou. Por isso ele é capaz de entender-nos, como escutamos na primeira leitura.

Em tudo isso se iguala a nós, por isso temos um Senhor que é capaz de chorar conosco, que é capaz de acompanhar-nos nos momentos mais difíceis da vida.

Muito de vocês perderam tudo, e eu não sei o que dizer-lhes, Ele sabe o que dizer-lhes. Muitos de vocês perderam parte da família, eu somente guardo silêncio, e os acompanho com meu coração em silêncio. Muitos vocês se perguntaram, olhando a Cristo: por que Senhor? E a cada um o Senhor responde no coração, a partir do Seu coração.

Não tenho outra palavra a dizer-lhes. Olhemos a Cristo, Ele é o Senhor. Ele nos compreende porque passou pela dor, pelo sofrimento. No momento em que não entendemos nada, no momento em que queremos rebelar-nos, resta-nos somente estender a mão e agarrar-nos em seu manto.

Pedir-lhe: mamãe, como um filho que quando tem medo diz: mamãe. Essa é a única palavra que pode expressar nossos momentos de apuros: mãe, mamãe.

Façamos juntos um momento de silêncio, olhemos o Senhor, Ele pode compreender-nos porque passou por todas as coisas. E olhemos para nossa mãe, e como um filho agarremo-nos em seu manto. Com um coração digamos: Mãe. Em silêncio, façamos esta oração e cada um diga-lhe o que sente.

Não estamos sós, temos uma mãe, temos Jesus, nosso irmão maior. Não estamos sós. E também temos muitos irmãos que neste momento de catástrofe vieram ajudar-nos. E também nós nos sentimos mais irmãos e temos que ajudar-nos uns aos outros.

Esta é a única mensagem que tenho a dizer-lhes. Perdoem-me se não tenho outra palavra. Mas eu tenho a certeza de que Jesus não decepciona. Tenho a certeza que o amor e a ternura de nossa Mãe não decepciona. E agarrados a isso, como filhos, e com a força que nos dá Jesus, nosso irmão maior, sigamos adiante e caminhemos como irmãos.

Muito obrigado!

Tradução: Kelen Galvan e André Cunha

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