Na Solenidade de Corpus Christi, o Papa Francisco afirmou que a Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas força aos pecadores
André Cunha
Da redação
“A Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas a força para os débeis e os pecadores. O perdão, viático que nos ajuda a andar, a caminhar”. Foi o que destacou o Papa Francisco na homilia da Missa de Corpus Christi, em Roma, nesta quinta-feira, 4.
Francisco citou um trecho do Ofício das Leituras que diz: “Você reconhece neste pão, aquele que foi crucificado; no cálice, o sangue que jorrava de Seu lado. Tomai e comei o Corpo de Cristo, bebam o seu sangue, porque agora são membros de Cristo. Para não vos separarem, comer este vínculo de comunhão; para não esmorecer-vos, beber o preço de sua redenção “.
A partir dessa leitura, questionou o que significa separarmos e esmorecermos, nos dias de hoje. “Nos separamos quando não vivemos a Palavra do Senhor, quando competimos para ocupar os primeiros lugares, quando não somos capazes de oferecer esperança. Assim nos separamos”.
“A Eucaristia não nos permite separarmo-nos; é sinal vivo do amor de Cristo que se aniquilou para que permaneçamos unidos. Participando da Eucaristia e nutrindo-nos dela, nós assumimos um caminho que não admite divisão”, disse.
Esmorecer, segundo o Papa, significa deixar-se atingir pelas idolatrias deste tempo: “o consumir, o aparecer, o ‘eu’ no centro de tudo. O não admitir nunca ter errado e não ter necessidade. Tudo isso nos abate e nos torna cristãos medíocres, pagãos”.
“Agora, experimentemos a graça de uma transformação: nós permaneceremos sempre pobres pecadores, mas o Sangue de Cristo nos livrará dos nossos pecados e nos dará de volta a nossa dignidade. Sem o nosso mérito, com sincera humildade, podemos trazer aos irmãos o amor de nosso Senhor e Salvador”.
A Eucaristia, disse ainda o Papa, atualiza a aliança que santifica, purifica e une os fiéis em comunhão admirável com Deus.
Concluindo a homilia, o Papa pediu que durante a procissão do Santíssimo Sacramento, que marca a Festa de Corpus Christi, cada fiel se lembrasse daqueles cristãos que não podem expressar livremente a sua fé.
“Cantemos com eles, adoremos com eles, e veneremos no nosso coração aos quais fora pedido o sacrifício da vida por amor a Jesus Cristo. E não nos esqueçamos: para não nos separarmos e formamos este vinculo de comunhão, bebamos o preço da nossa redenção”.