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Francisco: o Papa "da Casa Santa Marta” e das visitas a Nossa Senhora

Papa Francisco optou por morar na Casa Santa Marta para estar mais perto de pessoas; a devoção mariana foi um dos seus traços fortes

Júlia Beck
Da Redação

Registro do Papa Francisco na Casa Santa Marta, onde escolheu viver, em outubro de 2025 / Foto: Vandeville Eric/ABACA via Reuters Connect

Um Papa latino-americano (o primeiro) que teve o Brasil e os brasileiros impressos para sempre na sua história. Esse foi Jorge Mario Bergoglio, o argentino que ocupou a Cátedra de São Pedro de 2013 até este 21 de abril de 2025, e cujo primeiro destino internacional de seu pontificado foi o país de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão e Santa Dulce dos Pobres.

O cardeal não teve seu nome entre os “mais especulados” para suceder Bento XVI – que renunciou ao papado em 11 de fevereiro de 2013. Com um jeito “simples e próximo” surpreendeu o mundo e cativou fiéis e não fiéis da Igreja católica.

Diferentemente do habitual, após sua eleição, Francisco optou por morar na Casa Santa Marta, no Vaticano. O prédio de instalações mais simples foi onde ele e os demais cardeais se alojaram durante o conclave.

Em carta – escrita de próprio punho (datada de 15 de maio de 2013) ao sacerdote argentino, Enrique Martínez, o Papa frisou que procurava manter o mesmo jeito de ser e de agir que tinha em Buenos Aires.

A decisão por morar na Casa Santa Marta foi citada pelo Santo Padre: “Estou perto das pessoas e levo uma vida normal: missa pública de manhã, como no refeitório com todos, etc. Isto me faz bem e evita que fique isolado”.

“Tradição” e devoção mariana

Papa Francisco na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. O Pontífice se recuperava após receber alta do Hospital Gemelli / Foto: ABACA via Reuters Connect

O brasão do pontificado de Francisco reuniu símbolos que diziam da essência do Santo Padre: sua raiz jesuíta, a devoção à Virgem Maria, mãe de Cristo e da Igreja, e a São José, padroeiro da Igreja Universal.

Sobre a devoção mariana, é importante destacar que, antes e após a sua vinda ao Brasil, em 2013, como também em todas as suas demais viagens papais, o Pontífice se dirigia à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Diante da Virgem “Salus Populi Romani”, ele rogava pedindo pelo êxito de sua missão nas viagens e, depois, agradecia pela conclusão.

No entanto, a veneração não se limitava a estes atos. Ela esteve intrinsecamente manifestada também em suas muitas orações, discursos, catequeses e homilias. Em decreto de março de 2018, por exemplo, o Papa instituiu a Memória da “Bem-aventurada Virgem, Mãe da Igreja” no Calendário Romano Geral. Desde então, sua celebração passou a acontecer na segunda-feira depois de Pentecostes.

Para além dos compromissos da JMJ 2013, o Pontífice fez questão de visitar a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP). “Venho bater à porta da casa de Maria”, disse na ocasião, além de ter manifestado sua alegria por visitar a “casa da Mãe de cada brasileiro”.

Em 2016, durante viagem ao México, o Santo Padre também fez uma visita à casa da Mãe. O Papa não escondeu que o motivo principal de sua viagem ao país era venerar o ícone de Nossa Senhora de Guadalupe, diante do qual se deteve longamente em oração após a Santa Missa que presidiu no dia 13 de fevereiro.

O Santuário de Fátima também foi seu destino por duas vezes. Francisco visitou o local em 2017, por ocasião do centenário das aparições e para a canonização de dois dos videntes que viram Nossa Senhora. E, mais tarde, em 2023, durante a JMJ Lisboa, quando rezou o terço com mais de 200 mil jovens e fiéis de várias partes do mundo.

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