Em audiência aos participantes de congresso internacional promovido pela Congregação para o Clero, Francisco destacou formação sacerdotal
Da redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco concluiu sua série de audiências, na manhã deste sábado, 7, recebendo na Sala Clementina, no Vaticano, 268 participantes no Congresso Internacional, promovido pela Congregação para o Clero.
O encontro, que teve início no último dia 4 e se conclui hoje com a audiência do Papa, realizou-se no Centro Mariápolis, em Castel Gandolfo, perto de Roma, sobre o tema: “Norma fundamental para a formação sacerdotal”.
Em seu denso discurso, aos participantes, referindo-se ao tema central, o Santo Padre afirmou:
“O tema da formação sacerdotal é determinante para a missão da Igreja; a renovação da fé e o futuro das vocações só será possível se tivermos padres bem formados. A formação sacerdotal depende, em primeiro lugar, da ação de Deus na nossa vida e não das nossas atividades. É uma obra que requer a coragem de deixar-se plasmar pelo Senhor, para que transforme o nosso coração e a nossa vida”.
A formação – explicou o Papa – não se resolve apenas com a atualização cultural ou com iniciativas locais. É Deus o artesão paciente e misericordioso da nossa formação sacerdotal. A sua obra dura por toda a vida: Ele nos plasma e nos transforma como o oleiro. Assim, o sacerdote mantém o entusiasmo no coração e o frescor do Evangelho. Aqui, o Papa propôs um segundo aspecto para a reflexão sacerdotal:
“Cada um de nós, sacerdotes, é chamado a colaborar com o Oleiro divino. Não somos somente argila, mas colaboradores do Oleiro, da sua graça. Na formação sacerdotal podemos reconhecer pelo menos três protagonistas, que se encontram na olaria: nós mesmos, os formadores e os Bispos e o Povo de Deus”.
Aqui Francisco passou a esclarecer cada um dos protagonistas da formação sacerdotal: “nós mesmos”, porque somos os primeiros e principais responsáveis da própria formação permanente, deixando-nos plasmar por Deus; a nossa vocação brota do encontro de amor com Jesus e com o Povo de Deus.
O segundo protagonista são os formadores e os Bispos. A nossa vocação nasce, cresce e se desenvolve na Igreja. Com as mãos do Senhor, que modelam o vaso de argila, trabalham para a formação dos candidatos ao sacerdócio. Se eles não colaborarem com o a obra de Deus, não haverá sacerdotes bem formados. Logo, todos deverão trabalhar juntos, porque a Igreja precisa de padres capazes de anunciar o Evangelho com entusiasmo e sabedoria.
Por fim, o Papa falou sobre o terceiro protagonista na formação sacerdotal: o Povo de Deus, que também plasma a vida de um padre. O povo é confiado ao sacerdote, mas o sacerdote também é confiado ao Povo. Trata-se de uma verdadeira escola de formação humana, espiritual, intelectual e pastoral. O padre é o intermediário entre Deus e o povo.
Francisco concluiu seu discurso propondo algumas questões para a reflexão do sacerdote:
“Que tipo de padre quero ser? Um padre tranquilo e assegurado em suas comodidades ou um discípulo missionário, que trabalha pelo Mestre e pelo Povo de Deus? Um padre cômodo em seu bem estar ou um discípulo a caminho?”
Por fim, o Papa recorreu à materna proteção da Virgem Maria, que a liturgia celebra hoje como Nossa Senhora do Rosário, para que ajude os sacerdotes a caminharem com alegria no serviço apostólico, como a argila nas mãos do oleiro divino.