Em discurso, Francisco reafirmou posicionamento contrário a eutanásia e pediu maior acompanhamento de doentes terminais
Da redação, com Agência Ecclesia
“É preciso reiterar que a vida humana, desde a concepção até a morte natural, possui uma dignidade que a torna intocável”. A afirmação é do Papa Francisco, em discurso à assembleia plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, que aconteceu nesta sexta-feira, 26. Os participantes da assembleia, que discutiu sobre a questão do acompanhamento dos doentes terminais, encontraram-se com o Pontífice no Vaticano.
“O processo de secularização, absolutizando os conceitos de autodeterminação e de autonomia, levou ao crescimento dos pedidos de eutanásia em muitos países, como afirmação ideológica da vontade de poder do homem sobre a sua vida. Isso também levou a considerar a interrupção voluntária da existência humana como uma escolha de civilização”, declarou o Santo Padre.
Francisco alertou que onde a vida não vale pela sua dignidade, mas pela sua eficiência e produtividade, tudo se torna possível. Segundo o Papa, a dor, o sofrimento, o sentido da vida e da morte são realidades em que a mentalidade atual luta para enfrentar com um olhar cheio de esperança. “Sem uma esperança fiável que ajude o homem a enfrentar também a dor e a morte, ele não consegue viver bem e conservar uma perspetiva confiante diante do seu futuro. Este é um dos serviços que a Igreja é chamada a prestar ao homem atual”, sustentou.
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O Santo Padre aproveitou também para recordar o estudo realizado pela Congregação para a Doutrina da Fé sobre as implicações éticas de uma antropologia adequada no campo econômico-financeiro. “O magistério da Igreja sempre reiterou com clareza, a esse propósito, que a atividade econômica deve ser conduzida segundo as leis e os métodos próprios da economia, mas no âmbito da ordem moral”, disse.
O Papa agradeceu aos presentes pelo compromisso de apoio ao magistério dos bispos e pela atenção a todas as questões que hoje requerem um discernimento, entre elas o exame de casos relativos a “delitos graves” e os “pedidos de dissolução do vínculo matrimonial”. Francisco encontrou-se também no mesmo dia com membros da Pontifícia Academia de Teologia, e apelou para um maior diálogo entre teologia, filosofia e ciências humanas, a fim de que, a boa semente do Evangelho produza fruto no vasto campo do saber.