Homilia de Francisco

Escolhido por Deus, bispo deve priorizar a oração e as pessoas, diz Papa

Na homilia desta terça-feira, 11, Francisco recordou a importância dos bispos para a Igreja e destaca três aspectos que devem caracterizar esse ministério

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco durante homilia realizada na manhã desta terça-feira, 11/ Foto: Vatican Media

Papa Francisco recordou na manhã desta terça-feira, 11, a importância do bispo para a Igreja Católica. Durante a homilia celebrada na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, o Pontífice apontou aspectos que devem caracterizar um bispo e refletiu sobre esse ministério, inspirando-se no Evangelho de Lucas (Lc 6, 12-19) proposto pela liturgia do dia. A passagem narra que Jesus passa a noite em oração e depois escolhe os Doze Apóstolos — ou seja, os “primeiros bispos”.

O Pontífice apontou que o primeiro aspecto fundamental para os membros do episcopado é serem homens de oração. “A oração é, de fato, a consolação que um bispo tem nos momentos difíceis. É, saber que neste momento Jesus reza por mim. Reza por todos os bispos”, destacou. Nessa consciência, o Papa afirmou que o bispo encontra a consolação e força para rezar por si mesmo e pelo povo de Deus. “São Pedro também confirma que o bispo é um homem de oração quando diz: ‘Para nós, a oração e o anúncio da Palavra. Para nós, a organização dos planos pastorais’”, enfatizou Francisco.

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O segundo aspecto que o Papa ressalta é que Jesus escolhe os doze e o bispo fiel sabe que não foi ele que escolheu. “O bispo que ama Jesus não é um galgador que segue em frente com sua vocação como se fosse uma função, talvez olhando para outra possibilidade de seguir em frente e de subir: não. O bispo se sente escolhido. E ele tem a certeza de ter sido escolhido. E isso o leva ao diálogo com o Senhor: ‘Você me escolheu, que sou pouca coisa, que sou pecador …’: tem humildade. Porque ele, quando se sente escolhido, sente o olhar de Jesus sobre a própria existência e isso lhe dá força”, frisou.

Por fim, o Santo Padre sublinhou que assim como Jesus no Evangelho de hoje, o bispo também desce a um lugar plano para estar perto do povo e não se afasta. “O bispo que não permanece distante do povo, que não usa atitudes que o levam a estar distante do povo; o bispo que toca as pessoas e se deixa tocar pelas pessoas. Ele não vai procurar refúgio nos poderosos, nas elites: não. Serão as elites que criticarão o bispo; o povo tem essa atitude de amor para com o bispo, e tem essa – por assim dizer – esta unção especial: confirma o bispo na vocação”, comentou.

Força do bispo contra o Mal

Durante a homilia o Papa reafirmou que a força do bispo é precisamente ser “homem de oração”, “que se sente escolhido por Deus” e “em meio ao povo”. E alertou que, nestes tempos, o “Grande Acusador” – adjetivo utilizado pelo Pontífice para se referir ao demônio – persegue os bispos.

Francisco destacou a natureza humana e pecadora, também presente nos bispos, porém reforçou a existência de força malignas que “procura desvendar os pecados, para que sejam vistos, para escandalizar as pessoas”.

“O Grande Acusador que, como ele mesmo diz a Deus no primeiro capítulo do Livro de Jó, vaga pelo mundo procurando como acusar. A força do bispo contra o Grande Acusador é a oração, aquela de Jesus sobre ele e a própria; e a humildade de sentir-se escolhido e de permanecer próximo ao povo de Deus, sem ir em direção a uma vida aristocrática que lhe tira essa unção”, enfatizou.

O Papa concluiu a homilia pedindo a oração do povo por todos os bispos do mundo e também para si.

A reflexão do Santo Padre vêm de encontro ao fato de que, neste período em Roma, estão sendo realizados três cursos para bispos: um de atualização para os bispos que completaram 10 anos de episcopado – concluído nestes dias; outro para 74 bispos que  estão à frente das dioceses de territórios de missão – que portanto fazem referência  à Congregação de Propaganda Fidei; e um terceiro, com 130-140 bispos que pertencem à Congregação dos Bispos.

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