Francisco lembra que sem trabalho não há dignidade, ressaltando que nem todos os trabalhos são dignos
Da redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo aos participantes da 48ª Semana Social dos Católicos Italianos, que acontece na cidade de Cagliari, na Sardenha. Francisco se aprofundou no tema do encontro, “O trabalho que queremos: livre, criativo, participativo e solidário”, e afirmou: “Sem trabalho não há dignidade”.
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O tópico sobre o qual o encontro se apoia foi extraído do parágrafo 192 da exortação apostólica Evangelii Gaudium. E o Santo Padre exemplifica esta exortação a fundo. “Sem trabalho não há dignidade, mas nem todos os trabalhos são dignos. Alguns humilham a dignidade das pessoas: os que alimentam guerras construindo armas, os que vendem corpos na prostituição ou os que exploram menores”, frisa.
Quanto àqueles ofícios que atacam a dignidade humana, o Pontífice foi categórico: “Também ofendem a dignidade do trabalhador atividades submersas, que discriminam mulheres e excluem portadores de deficiência. O trabalho precário também é uma ferida aberta. A precariedade é imoral e mata: mata a dignidade, a saúde, mata a família, mata a sociedade”, diz.
A Igreja está atenta a estas desigualdades, de acordo com Francisco. “Não percam a confiança; a Igreja atua em favor de uma economia que sirva a pessoa e reduza as desigualdades”, assegura.
O Papa também falou sobre a crise financeira, econômica, social e ambiental que aposta no consumo sem se preocupar com a dignidade do trabalho e a tutela do meio ambiente. “É como andar de bicicleta com uma roda vazia; é perigoso! A dignidade e a tutela são mortificadas quando o trabalhador é considerado um item no balaço, quando o grito dos descartados fica ignorado”.
Meio ambiente
O meio ambiente também foi tema de destaque na mensagem papal. Para o líder da Igreja Católica, a humanidade deve investir num modelo de desenvolvimento sustentável. “Nada se anteponha ao bem da pessoa e ao cuidado da Casa Comum, deturpada muitas vezes por modelos de desenvolvimento que geram dívidas ecológicas. A inovação tecnológica deve ser orientada pela consciência e princípios de subsidiariedade. O robô deve permanecer um meio e não se transformar em ídolo numa economia de poderosos: deve servir à pessoa e às suas necessidades”, diz.