Homilia de Francisco

Em Missa, Papa reza pelos presos e lembra cristãos perseguidos

Neste terceiro dia de Missa ao vivo pela internet, o Papa continuou a rezar pelos doentes de coronavírus

Da redação, com VaticanNews

“Que o Senhor nos dê a graça de discernir o caminho do Senhor, que é a Cruz, do caminho do mundo, que é a vaidade”, disse o Papa na homilia / Foto: Reprodução VaticanNews

Nesta quarta-feira, 11, o Papa Francisco presidiu a Missa ao vivo pela internet, pelo terceiro dia consecutivo, na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano. O Santo Padre iniciou a celebração rezando novamente pelos doentes de coronavírus e lembrou, especialmente, dos presos.

“Continuamos a rezar pelos doentes dessa epidemia. E, hoje, de maneira especial, gostaria de rezar pelos encarcerados, pelos nossos irmãos e as nossas irmãs, presos em cárceres. Eles sofrem, e devemos estar próximos a eles com a oração para que o Senhor os ajude, os console neste momento difícil”, destacou.

Francisco também lembrou os muitos cristãos perseguidos e citou Asia Bibi.

Leia, abaixo, o texto da homilia do Papa:

“A primeira leitura, uma passagem do Profeta Jeremias, é realmente uma profecia sobre a Paixão do Senhor. O que dizem os inimigos? ‘Vinde para o atacarmos com a língua, e não vamos prestar atenção a todas as suas palavras’. Vamos colocar obstáculos. Não diz: ‘Vamos vencê-lo, vamos acabar com ele’: não. Dificultar a vida, atormentá-lo. É o sofrimento do profeta, mas ali tem uma profecia sobre Jesus. O próprio Jesus, no Evangelho, nos fala disso: ‘Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, para flagelá-lo e crucificá-lo’. Não é somente uma sentença de morte: tem mais. Tem a humilhação, a obstinação. E quando tem a obstinação na perseguição de um cristão, de uma pessoa, tem o demônio.

O demônio tem dois estilos: a sedução, com as promessas do mundo, como quis fazer com Jesus no deserto, seduzi-lo e com a sedução fazê-lo mudar o plano da redenção; e, se isso não funciona, a obstinação. Não tem meio termo, o demônio. A sua soberba é tão grande que busca destruir, e destruir desfrutando da destruição com a obstinação.

Pensemos nas perseguições de tantos santos, de tantos cristãos que não (só) os matam, mas também os fazem sofrer e buscam, de todas as formas, humilhá-los, até o fim. Não confundir uma simples perseguição social, política, religiosa, com a obstinação do diabo. O diabo se obstina, para destruir. Pensemos ao Apocalipse: quer devorar aquele filho da mulher, que está para nascer.

Os dois ladrões que estavam crucificados com Jesus, foram condenados, crucificados e os deixaram morrer em paz. Ninguém insultava eles: não interessava. O insulto era somente para Jesus, contra Jesus. Jesus diz aos apóstolos que será condenado à morte, mas será ridicularizado, flagelado, crucificado… Eles gozam dEle. E o caminho para sair da obstinação do diabo, dessa destruição, é o espírito mundano, aquele que a mãe pede pelos filhos, os filhos de Zebedeu.

Jesus fala de humilhação, que é o próprio destino, e ali lhe pedem aparência, poder. A vaidade, o espírito mundano é mesmo o caminho que o diabo oferece para se distanciar da Cruz de Cristo. A própria realização, o carreirismo, o sucesso mundano: são todos caminhos não-cristãos, são todos caminhos para encobertar a Cruz de Jesus.

Que o Senhor nos dê a graça de saber discernir quando há o espírito que quer nos destruir com a obstinação, e quando o próprio espírito quer nos consolar com as aparências do mundo, com a vaidade. Mas não esqueçamos: quando tem obstinação, tem o ódio, a vingança do diabo derrotado. É assim até hoje, na Igreja. Pensemos a tantos cristãos, como são cruelmente perseguidos. Nestes dias, os jornais falavam de Asia Bibi: 9 anos na prisão, sofrendo. É a obstinação do diabo.

Que o Senhor nos dê a graça de discernir o caminho do Senhor, que é a Cruz, do caminho do mundo, que é a vaidade, aparecer, maquiar”.

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