Em Missa, Papa convida ao respeito à criação e ao ser humano

Papa Francisco destaca três aspectos que a vida de São Francisco ensina:  a relação vital com Cristo, que quem O segue recebe a verdadeira paz e o respeito pela criação

Kelen Galvan
Da Redação

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“Quem segue a Cristo recebe a verdadeira paz”, afirmou o Papa Francisco (Foto: Clarissa Oliveira / CN Roma)

Cerca de 50 mil pessoas participaram, nesta sexta-feira, 4, da Santa Missa, presidida pelo Papa Francisco na Praça de São Francisco, em Assis, na Itália. O Pontífice visita a cidade do santo, cujo nome escolheu para seu Pontificado, neste dia em que a Igreja Católica celebra sua memória.

O Santo Padre agradeceu a todos os que foram a Assis para rezar com ele, e afirmou que, como tantos peregrinos, foi à cidade para “bendizer ao Pai por tudo o que quis revelar a esses pequeninos”.

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O Papa recordou que Francisco, filho de um conhecido rico da cidade, após ter um encontro com o Senhor, despejou-se de uma “vida cômoda”, e escolheu viver como verdadeiro filho do Pai que está no Céu. “Essa história vivida por São Francisco, constitui uma maneira radical de seguir a Cristo”, ressaltou.

O Pontífice destacou três aspectos que a vida de São Francisco nos ensina: a relação vital com Cristo, que quem O segue recebe a verdadeira paz e o respeito pela criação.

O primeiro aspecto diz da realidade fundamental de que “ser cristão é uma relação vital com Cristo, é assimilar-se com Ele”. E esse caminho de Francisco começa “do olhar a Cristo”, explica o Santo Padre.

“Quem se deixa olhar por Jesus crucificado é ‘recriado’, transforma-se numa ‘nova criatura’. Daqui parte tudo: é a experiência da Graça, que transforma o ser amado, sem mérito, mesmo sendo pecador”, afirmou.

O Evangelho de hoje (cf. Mt 11, 25-30) destaca: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei”, e esta é a segunda coisa que Francisco dá testemunho, afirmou o Papa. “Quem segue a Cristo recebe a verdadeira paz, a paz que só Ele nos pode dar”.

O Pontífice explicou que a paz que Francisco acolhe e transmite não é uma paz “piegas”, nem uma espécie de energia panteísta com as energias do cosmos. “Isso não é franciscano”, afirmou.

Pelo contrário, “A paz de São Francisco é aquela de Cristo, e a encontra quem ‘toma sobre si o seu jugo’, isto é, o seu mandamento: ‘Amai-vos uns aos outros como eu vos amei’.  E esse jugo não se pode levar com arrogância, com presunção, com soberba, mas somente se pode levar com mansidão e humildade de coração”, explicou o Santo Padre.

Por fim, o terceiro aspecto que nos ensina São Francisco é o amor por toda a criação, por sua harmonia. “O Santo de Assis dá testemunho de respeito por tudo aquilo que Deus criou… onde o homem deve estar ao centro da criação”.

Nesse momento, o Papa pediu novamente que cessem os conflitos armados e que sejam ouvidos “os gritos dos que sofrem”, na Terra Santa, no Oriente Médio e em todo o mundo.

“Respeitemos a criação, não sejamos instrumentos de destruição! Respeitemos cada ser humano: cessem os conflitos armados que ensanguentam a terra, silenciem-se as armas e então o ódio dê lugar ao amor, a ofensa ao perdão e a discórdia à união”, afirmou.

No término da Celebração, o Pontífice fez a tradicional oferta do óleo para a lâmpada votiva a São Francisco.

Em seguida, dirigiu-se à Praça Donegiani em Santa Maria dos Anjos, onde irá almoçar com os pobres assistidos pela Caritas. Um pouco mais tarde, o Santo Padre fará uma visita privada à Ermida do Cárcere e uma oração na Cela de São Francisco.

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