Jornada Mundial da Juventude

Em mensagem, Papa pede aos jovens coragem em meio a medos

Segundo Francisco, tema da Jornada Mundial da Juventude suscitará coragem aos jovens diante do chamado à vocação

Da redação, com Boletim da Santa Sé 

Diante da proximidade da 33º Jornada Mundial da Juventude – nível diocesano —, a Santa Sé divulgou nesta quinta-feira, 22, a mensagem do Papa Francisco para o evento. O temor diante da vocação e o exemplo de coragem de Maria foram temas que permearam a mensagem. 

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.: Íntegra da mensagem 

Com o tema “Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus” – (Lc 1, 30), Francisco aborda o temor de Maria diante das surpresas e desígnios de Deus. De acordo com o Santo Padre, o medo de não ser amado, bem-querido, não ser aceito por aquilo que é são inseguranças presentes na realidade de muitos jovens. Ele destacou que, na tentativa de se adequar a padrões frequentemente artificiais e inatingíveis, a juventude tem sido diferente daquilo que é na realidade.

“Fazem contínuos ‘foto-retoques’ das imagens próprias, escondendo-se por trás de máscaras e identidades falsas, até chegarem quase a tornar-se eles mesmos um ‘fake’, um falso. Muitos têm a obsessão de receber o maior número possível de apreciações ‘curtir’. E daqui, desta sensação de desajustamento, surgem muitos medos e incertezas”, sublinhou.

Segundo Francisco, os medos assolam até mesmo quem acolheu o dom da fé e procura sua vocação e geram questionamentos sobre a capacidade de seguir o caminho de Deus e manter o entusiasmo nesse processo. Para superar os medos, o Santo Padre aconselha os jovens a primeiro identificá-los claramente.

Após a identificação dos medos, o discernimento é apontado pelo Papa como ponto de partida para a superação das aflições. De acordo com Francisco, o medo nunca deve ter a última palavra, e sim ser ocasião para realizar um ato de fé em Deus e também na vida, como a busca da própria vocação. Para encontrá-la, o Santo Padre aponta a Igreja, os bons sacerdotes, consagrados e consagradas e os fiéis-leigos como capazes de ajudar os jovens a decifrar dúvidas e a ler o desígnio da vocação pessoal.

Maria

Sobre o chamado de Maria, o Papa alertou que quando Deus chama pelo nome, revela ao mesmo tempo a vocação, o projeto de santidade. O Santo Padre aproveitou para explicar a relação de nomes descrita por vezes na bíblia. “Quando o Senhor quer ampliar os horizontes duma vida, decide dar à pessoa chamada um novo nome, como faz com Simão, chamando-o “Pedro”. Daqui veio o uso de adotar um nome novo quando se entra numa Ordem Religiosa, para indicar uma nova identidade e uma nova missão”, relatou

A chamada divina, enquanto pessoal e única, exige, de acordo com o Pontífice, a coragem de deixar lugares-comuns em busca de um dom original e irrepetível para Deus, para a Igreja e para os outros. “Assim, queridos jovens, ser chamados pelo nome é um sinal da nossa grande dignidade aos olhos de Deus, da sua predileção por nós. (…) Acolhei com alegria este diálogo que Deus vos propõe, este apelo que vos dirige, chamando-vos pelo nome”.

Graça e coragem diante de Deus

O motivo principal pelo qual Maria não deveria temer é porque achou graça diante de Deus. Esta afirmação, segundo o Papa, encoraja os jovens a perceberem que não precisam merecer a proximidade e a ajuda de Deus, pois a graça divina é ininterrupta, não algo fugaz ou momentâneo, e por isso nunca falhará.

Franciscos sublinha que a presença contínua da graça divina encoraja todos a abraçarem, com confiança, a vocação, que exige um compromisso de fidelidade que se deve renovar todos os dias. “Com efeito, a senda da vocação não está desprovida de cruzes: não só as dúvidas iniciais, mas também as tentações frequentes que se encontram ao longo do caminho. O sentimento de inadequação acompanha o discípulo de Cristo até ao fim, mas ele sabe que é assistido pela graça de Deus”, suscitou.

“À jovem Maria foi confiada uma tarefa importante, precisamente porque era jovem. Vós, jovens, tendes força, atravessais uma fase da vida em que certamente não faltam as energias. Usai essa força e essas energias para melhorar o mundo, começando pelas realidades mais próximas de vós. Desejo que, na Igreja, vos sejam confiadas responsabilidades importantes, que se tenha a coragem de vos deixar espaço; e vós, preparai-vos para assumir estas responsabilidades (…). A JMJ é para os corajosos! Não para jovens que procuram apenas a comodidade, recuando à vista das dificuldades. Aceitais o desafio?””, concluiu Papa Francisco.

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