Papa Francisco fala aos jovens em Estádio no México

No encontro com jovens, em Estádio no México, Papa Francisco disse que os jovens são a riqueza do país e da Igreja

Míriam Bernardes
Da Redação

Nesta terça-feira, 16, às 20h15 (horário de Brasília), Papa Francisco encontrou-se com milhares de jovens no Estádio José María Morelos y Pavón e falou que eles são, não a esperança, mas a riqueza do México e da Igreja.

O Santo Padre foi recebido de forma calorosa pelos jovens com músicas e danças que fazem parte da cultura e do rico folclore da cidade de Michoacan, que é uma terra de pescadores.

Após as apresentações, Francisco ouviu atentamente o testemunho de alguns jovens que falaram sobre a realidade por eles vivida como violência, mercado de trabalho e sexualidade.

Roberto, um dos jovens que testemunharam, salientou que eles querem vencer os medos e se comprometerem a pensar além das questões individuais.

Carmem Daniela, jovem mexicana, disse: “Só Jesus é fonte de verdadeira esperança, Ele é nosso amigo, irmão, o Deus conosco, nosso caminho e vida plena”.

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Estádio José María Morelos y Pavón, México. Foto: Reprodução CTV

O Papa iniciou o discurso dizendo: “Quero enviar uma saudação e uma bênção aos que estão reunidos na Praça São João Paulo II, em Guadalajara, seguindo o que está acontecendo aqui. Somos dois Estádios, em Guadalajara e aqui.”

Assim prosseguiu: “A montanha pode ter minerais ricos, que vão servir para o progresso da humanidade, essa é sua riqueza. Mas essa riqueza precisa ser transformada quando os mineradores vão extraindo os minerais. Vocês são essas riquezas que precisam ser transformadas.”

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“A riqueza e a esperança trazemos dentro de nós”, diz Papa aos jovens. Foto: Reprodução CTV

Durante o discurso acrescentou:

A jovem Carmem fez um desafio a todos e deu-lhes uma dica sobre esperança; e todos que falaram das dificuldades, daquilo que lhes acontecia, afirmavam uma verdade muito grande: não podemos viver sem esperança. “Com minhas mãos e minha mente posso construir a esperança”, disse ela.

Cada um responda ao seu coração: é verdade que nem tudo está perdido? Eu estou perdido? Eu valho pouco ou muito? A riqueza e a esperança trazemos dentro de nós.

Os jovens Roberto e Alberto disseram que falta ao povo oportunidade de estudo, mas não se cansaram de dizer que eles são a riqueza do México. “Vocês disseram que perderam o encanto de caminhar juntos, sonhar juntos. Mas não percam o encanto de sonhar, atrevam-se a sonhar!”, disse um dos jovens. Daniela, com muita ênfase, acrescentou: “Cremos em Jesus Cristo!”.

A arte do triunfo não é deixar de cair, mas sim não permanecer caído. Jesus Cristo é o único que o pode ajudar. Não esconda suas mãos quando estiver caído; agarre-se às mãos de Cristo! Não se permitam permanecer caídos, nunca! E se virem algum amigo que caiu, ofereçam-lhe a mão, com dignidade, fiquem ao lado dele, escutem como amigo, devagar, deem forças com suas palavras e escuta. Deixe o outro falar, deixe que ele conte e aos poucos estenda a mão e depois comece a falar de Jesus Cristo. Nunca larguem a mão de Jesus Cristo, nunca se afastem d’Ele, com Jesus é possível viver a fundo, é possível crer que a vida vale a pena, que vale dar o melhor de si, ser sal e luz na comunidade, no meio dos amigos, na família.

Peço que não se deixem excluir nem desvalorizar, não se deixem tratar como mercadoria! Jesus deu um conselho para isso: “Sejam astutos como as serpentes e humildes como as pombas”. Aos jovens, esperteza não falta; às vezes, falta astúcia para que não deixem de fazer alguma coisa. Neste caminho, talvez, vocês não terão o último carro nem o bolso cheio de dinheiro, mas terão o encanto de sonhar, de sentir-se família e comunidade. Vocês terão a experiência de olhar o mundo na cara, com a cabeça erguida, sem carro nem dinheiro, mas com dignidade.

Três palavras que vamos repetir: riqueza, esperança e dignidade. A riqueza que Deus deu a vocês, a esperança que Jesus Cristo dá e a dignidade que não lhes permite que “tirem onda” com vocês e que sejam mercadoria dos outros.

Nunca deixem de lado a família, ela é a pedra de base da construção de uma grande nação.

Ao fim do discurso, Papa Francisco agradeceu pelo encontro e disse: “Peço que rezem por mim”.

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