Papa visitou Santuário da Mãe da Misericórdia e destacou necessidade de estabelecer pontes e solidariedade entre todos

Kelen Galvan
Da redação

Papa Francisco visitou neste sábado, 22, o Santuário Mater Misericordiae, em Vilnius, capital da Lituânia.

O Santuário tem uma história de fé e devoção muito marcantes. Antigamente haviam nove portas no local, por onde passavam as estradas principais que levavam ao centro da cidade. No século XVI, a cidade foi fortificada e, em cada porta, foi aberto um nicho em que colocaram uma imagem da Virgem Maria ou de Jesus. Após várias ações de guerra na cidade, oito portas foram destruídas, restando apenas uma: a “Porta da Aurora”, onde se encontra a imagem da Mãe da Misericórdia.

No Santuário o Papa Francisco rezou em silêncio diante do ícone de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia. A imagem foi pintada por volta de 1620 e pertence às iconografias das Nossas Senhoras Negras.

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Em seguida, fez uma saudação aos fiéis presentes no Santuário, lembrando que a “Porta da Aurora”, foi o que restou das muralhas da cidade de Vilnius, e ali já estava a imagem da “Virgem da misericórdia”, sempre pronta a socorrer seus filhos.

“Ela, já desde então, queria ensinar-nos que se pode proteger sem atacar, que é possível ser prudentes sem a necessidade doentia de desconfiar de todos. Esta Mãe sem o Menino, toda dourada, é a Mãe de todos; em cada um daqueles que aqui se deslocam, Ela vê o que muitas vezes nós próprios não conseguimos sequer notar: o rosto de seu Filho Jesus gravado no nosso coração”, destacou.

Francisco disse ainda que quando o ser humano se fecha em si próprio, constrói muros e barricadas, acaba por privar-se da Boa Nova de Jesus. “Construímos demasiadas fortalezas no nosso passado, mas hoje sentimos a necessidade de nos olharmos de frente reconhecendo-nos como irmãos, de caminhar juntos descobrindo e experimentando, jubilosa e pacificamente, o valor da fraternidade”.

O Santo Padre destacou a necessidade de estabelecer pontes de encontro e solidariedade entre todos, e lembrou que a Virgem Maria, “como toda boa mãe”, procura reunir a família e segreda ao ouvido de cada pessoa: “Procura o teu irmão”.

“Deste modo, abre-nos a porta para uma alvorada nova, uma nova aurora. Leva-nos até ao limiar da porta, aquela porta do homem rico do Evangelho (cf. Lc 16, 19-31). Hoje aguardam por nós crianças e famílias com as chagas a sangrar; não são as de Lázaro na parábola, mas as de Jesus. São reais, concretas; e, a partir do seu sofrimento e escuridão, gritam por nós para que lhes levemos a luz sanadora da caridade. Porque a caridade é a chave que nos abre a porta do Céu”, apontou.

O Papa convidou os fiéis a “cruzar este limiar” e experimentar a força que purifica o modo de se relacionar com os outros, pedindo à Nossa Senhora a graça de enxergar os próprios limites e defeitos com misericórdia e humildade, sem julgar-se superior a ninguém.

“Ao contemplar os mistérios do Rosário, peçamos-Lhe para ser uma comunidade que saiba anunciar Jesus Cristo, nossa esperança, a fim de construir um pátria capaz de acolher a todos, de receber da Virgem Mãe os dons do diálogo e da paciência, da proximidade e do acolhimento que ama, perdoa e não condena. Peçamos-Lhe para ser uma pátria que escolha construir pontes e não muros, que prefere a misericórdia e não o juízo. Que Maria seja sempre a Porta da Aurora para toda esta abençoada terra!”, destacou.

E concluiu a saudação convidando os presentes a rezar uma dezena do terço junto à “Porta da Aurora”, contemplando o terceiro mistério gozoso.

Ao Santuário, o Papa Francisco doou o Rosário de ouro. Em seguida, concedeu aos presentes sua Benção Apostólica.

O próximo compromisso do Pontífice é o encontro com os jovens na Praça da Catedral de Vilnius.

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