Francisco se encontrou com autoridades turcas e abordou situação do Oriente Médio, exortando ao compromisso com a paz
Jéssica Marçal
Da Redação
O Papa Francisco iniciou sua viagem à Turquia, a sexta internacional de seu pontificado, nesta sexta-feira, 28. Ele participou da cerimônia de boas vindas e logo em seguida encontrou-se com o presidente do país, Recep Tayyip Erdoğan. No encontro com autoridades, Francisco reiterou a força do diálogo e a necessidade do compromisso com a construção da paz.
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Para que o desejo de paz se concretize, o Pontífice lembrou que é fundamental que muçulmanos, judeus e cristãos tenham os mesmos direitos e respeitem os mesmos deveres. Essa é uma forma para que eles se vejam como irmãos e afastem as incompreensões.
“A liberdade religiosa e a liberdade de expressão, eficazmente garantidas a todos, estimularão o florescimento da amizade, tornando-se um sinal eloquente de paz”.
Segundo o Papa, o mundo aguarda o florescimento da paz, de modo especial o Oriente Médio, que há tanto tempo sofre com guerras entre irmãos. “Quanto tempo deverá sofrer ainda o Médio Oriente por causa da falta de paz? Não podemos resignar-nos com a continuação dos conflitos, como se não fosse possível mudar a situação para melhor!”
Francisco pediu que se responda ao fanatismo e fundamentalismo com solidariedade. Ele mencionou os conflitos na Síria e no Iraque e lembrou que, acolhendo tantos refugiados, a Turquia sofre os efeitos dessa situação.
“Juntamente com a assistência humanitária necessária, não se pode permanecer indiferente àquilo que provocou estas tragédias. Enquanto reitero que é lícito deter o injusto agressor– sempre porém no respeito pelo direito internacional – quero lembrar também que não se pode confiar a resolução do problema somente à resposta militar”, disse o Papa defendendo um compromisso comum para uma paz duradoura.
Às autoridades, Francisco manifestou sua alegria em poder prosseguir o caminho de um diálogo de amizade, estima e respeito, a exemplo do que fizeram seus antecessores Bento XVI, João Paulo II e Paulo VI.
“Precisamos de um diálogo que aprofunde o conhecimento e valorize, com discernimento, as inúmeras coisas que temos em comum e que nos permita, ao mesmo tempo, considerar com ânimo sábio e sereno as diferenças para podermos também aprender com elas”, disse o Papa.
Outras atividades
Antes da cerimônia de boas vindas, Francisco visitou o Mausoléu de Atatürk, onde colocou uma coroa de flores e fez um minuto de silêncio. Ainda no museu, ele assinou o Livro de Ouro com a seguinte dedicação:
“Faço os votos mais sinceros para que a Turquia, ponte natural entre dois continentes, seja não somente um cruzamento de caminhos, mas também um lugar de encontro, de diálogo e de convivência serena entre os homens e mulheres de boa vontade de cada cultura, etnia e religião”.
Ao término do encontro com as autoridades, o Papa se encontra com o primeiro-ministro Ahmet Davutoğlu, no Palácio Presidencial de Ancara. Em seguida, ele visita o presidente do Diyanet, a presidência para Assuntos Religiosos.