DISCURSO
Audiência com os participantes da Conferência Nacional dos Capelães dos Presídios Italianos
Sala Paulo VI
Quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos,
Agradeço-vos e gostaria de aproveitar este encontro convosco, que trabalham nos presídios de toda a Itália, para fazer chegar uma saudação a todos os detentos. Por favor, digam que rezo por eles, tenho-lhes no coração, rezo ao Senhor e a Nossa Senhora para que possam superar positivamente este período difícil de suas vidas. Que não desanimem, não se fechem. Vocês sabem que um dia tudo vai bem, mas em outro dia você está para baixo, é difícil. O Senhor está próximo, mas digam com os gestos, com as palavras, com o coração que o Senhor não fica fora, não fica fora da cela deles, não fica fora dos presídios, mas está ali dentro. Podem dizer isto: o Senhor está lá dentro com eles; também Ele é um prisioneiro, ainda hoje, preso pelos nossos egoísmos, pelos nossos sistemas, por tantas injustiças, porque é fácil punir os mais frágeis, mas os peixes grandes nadam livremente nas águas. Nenhuma cela está assim isolada a ponto de excluir o Senhor, nenhuma; Ele está ali, chora com eles, trabalha com eles, espera com eles; o seu amor paterno e materno chega a todos os lugares. Rezo para que cada um abra o coração a este amor. Quando eu recebia uma carta de um deles em Buenos Aires eu lhes visitava, ainda agora quando escrevem aqueles de Buenos Aires algumas vezes eu os telefono, especialmente aos domingos, faço um bate-papo. Depois, quando termino, penso: porque ele está ali e eu não, eu que tenho tantos e mais motivos para estar ali? Pensar nisto me faz bem: tendo em vista que as fraquezas que temos são as mesmas, porque ele caiu e não caí eu? Para mim este é um mistério que me faz rezar e me aproximar dos prisioneiros.
E rezo também por vocês capelães, pelo vosso ministério que não é fácil, é muito desafiador e importante, porque exprime uma das obras de misericórdia; torna visível a presença do Senhor no cárcere, na cela. Vocês são sinal da proximidade de Cristo a estes irmãos que precisam de esperança. Recentemente vocês falaram de uma justiça da reconciliação, mas também de uma justiça de esperança, de portas abertas, de horizontes. Esta não é uma utopia, pode se fazer. Não é fácil, porque as nossas fraquezas estão em todo lugar, também o diabo está em todo lugar, as tentações estão em todo lugar, mas é preciso sempre provar-nos.
Desejo-vos que o Senhor esteja sempre convosco, abençoe-vos e Nossa Senhora vos proteja; sempre na mão de Nossa Senhora, porque ela é a mãe de todos vocês e de todos aqueles nos presídios. Desejo-vos isto, obrigado! E peçamos ao Senhor que abençõe vocês e os vossos amigos e amigas presidiários; mas primeiro rezemos a Nossa Senhora para que nos leve sempre a Jesus: Ave Maria…