Menino marroquino Rayan faleceu depois de ficar cinco dias dentro de um poço; John, um migrante ganense de 25 anos, veio para a Itália e descobriu que estava com câncer. Ele voltou para o seu país para morrer nos braços de seu pai
Da redação, com Vatican News
Foto: Nathan Dumlao via Unsplash
Após a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco recordou que neste domingo, 6, celebra-se, na Itália, o Dia pela Vida, sobre o tema “Proteger toda a vida”.
“Este apelo é válido para todos, especialmente para as categorias mais frágeis: os idosos, os doentes e também as crianças impedidas de nascer. Uno-me aos bispos italianos na promoção da cultura da vida como resposta à lógica do descarte e do declínio demográfico. Toda vida deve ser protegida, sempre!”, disse o Pontífice.
Na sequência, Francisco ressaltou que estamos acostumados “a ver, a ler na mídia muitas coisas ruins, notícias ruins, acidentes, assassinatos, muitas coisas”. O Santo Padre contou duas notícias bonitas. “Uma, em Marrocos, como todo um povo que se uniu para salvar Rayan. O povo todo estava ali, trabalhando para salvar um menino! Foi feito de tudo. Infelizmente, ele não sobreviveu. Obrigado a esse povo por este testemunho”, frisou.
O pequeno Rayan caiu em um poço de 30 metros de profundidade e ali permaneceu 5 dias. Infelizmente, seu corpo foi retirado sem vida.
Jovem John
Outra notícia que o Papa contou aconteceu em Monferrato, na Itália e “não sairá nos jornais”, sublinhou.
John, um migrante de 25 anos de Gana, que para chegar à Itália sofreu muito, como sofrem os migrantes. Em Monferrato, começou a trabalhar, a construir o seu futuro, em uma adega. Depois, ficou doente com um câncer terrível.
“Quando lhe contaram a verdade, perguntaram-lhe o que queria fazer: Ele respondeu que queria voltar para casa para abraçar seu pai antes de morrer. Morrendo, ele pensou em seu pai”, destacou o Papa. A cidade de Monferrato imediatamente arrecadou fundos e, cheio de morfina, ele foi colocado no avião, junto com um amigo, e foi morrer nos braços de seu pai.
“Isso nos mostra que hoje, no meio de tantas notícias ruins, há coisas boas, há os “santos da porta ao lado”. Obrigado por estes dois testemunhos que nos fazem bem”, ressaltou Francisco.
Saudação
A seguir, o Papa saudou de modo especial as religiosas do grupo Talitha Kum, comprometidas contra o tráfico.
“Obrigado! Obrigado pelo o que fazem, por sua coragem. Obrigado”. Encorajou as religiosas em seu trabalho e abençoou a imagem de Santa Josefina Bakhita.
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