Mensagem para a data

Dia Mundial da Paz 2017: Papa propõe revolução da não-violência

Vaticano divulgou mensagem para o Dia Mundial da Paz 2017, com apelo à abolição das armas nucleares

Da Redação, com Agência Ecclesia 

"A não-violência: estilo de uma política para a Paz” foi o tema escolhido por Francisco para o próximo Dia Mundial da Paz / Foto: L'Osservatore Romano

“A não-violência: estilo de uma política para a Paz” foi o tema escolhido por Francisco para o próximo Dia Mundial da Paz / Foto: L’Osservatore Romano

O Vaticano divulgou nesta segunda-feira, 12, a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2017, que será celebrado no próximo dia 1º de janeiro. Na mensagem, Francisco defende que a “não-violência” deve ser o caminho para resolver as atuais crises político-militares, apelando à abolição das armas nucleares. “A não-violência: estilo de uma política para a paz” é o título do documento. 

“A violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado. Responder à violência com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e a sofrimentos atrozes e, no pior dos casos, pode levar à morte física e espiritual de muitos, se não mesmo de todos”, escreve Francisco.

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.: Íntegra da mensagem

O Papa diz que as grandes quantidades de recursos destinadas a fins militares retiram capacidade de investimento, aos Estados, para responder às exigências do dia-a-dia dos jovens, das famílias em dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da terra. 

“Lanço um apelo a favor do desarmamento, bem como da proibição e abolição das armas nucleares: a dissuasão nuclear e a ameaça duma segura destruição recíproca não podem fundamentar este tipo de ética”, precisa.

O documento pontifício apresenta a não-violência como “estilo duma política de paz”, a nível pessoal e comunitário, dando como exemplo as pessoas que sabem resistir à tentação da vingança, protagonizando assim processos não-violentos de construção da paz.

Francisco retoma os seus alertas sobre a “guerra mundial aos pedaços” que considera estar em curso neste momento, com guerras em diferentes países e continentes; terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; abusos sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano, além da devastação ambiental. 

A mensagem alude ao ensinamento de Jesus Cristo sobre a violência e a paz, a partir do coração humano, e pede aos católicos que possam aderir a esta proposta de não-violência. “Asseguro que a Igreja Católica acompanhará toda a tentativa de construir a paz inclusive através da não-violência ativa e criativa”, refere Francisco.

O Santo Padre recorda que em 1º de janeiro de 2017 será criado o novo órgão para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, um organismo da Santa Sé que visa contribuir para a construção de um mundo livre da violência, o primeiro passo para a justiça e a paz.

“No ano de 2017, comprometamo-nos, através da oração e da ação, a tornar-nos pessoas que baniram dos seus corações palavras e gestos de violência, e a construir comunidades não-violentas, que cuidem da casa comum”. 

A mensagem do Papa para esta celebração anual é enviada aos Ministérios dos Negócios Estrangeiros de todo o mundo.

O Dia Mundial da Paz foi instituído pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.

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