MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Dia da Terra: Papa clama responsabilidade por nossa Casa Comum

No Dia Mundial da Terra, o Papa Francisco recorda o dever que a humanidade tem de proteger o planeta Terra e salvaguardar a paz

Da redação, com Vatican News

Mais de 400 milhões de toneladas métricas de plástico anualmente / Foto: Hermes Rivera por Unsplash

Celebrado nesta segunda-feira, 22, o Dia Mundial da Terra foi recordado pelo Papa Francisco, que reiterou seu apelo urgente por ações concretas em favor da Casa Comum e também pela paz mundial.

O Dia Internacional foi criado, em 1970, para aumentar a consciencialização sobre os desafios ambientais críticos que o nosso planeta enfrenta e para mobilizar esforços para os enfrentar.

A observância proporciona uma oportunidade para indivíduos, comunidades, organizações e governos se unirem e se envolverem em atividades para reparar e curar ecossistemas, combater as alterações climáticas e preservar a biodiversidade, de modo a preservar o planeta para as gerações futuras.

O mundo não está fazendo o suficiente

Numa publicação na sua plataforma de redes sociais X (veja reprodução abaixo), o Papa Francisco observou que a sua geração legou muitas riquezas monetárias às gerações posteriores, mas pouco fez para proteger o planeta.

Ele também comentou sobre a ligação entre os atuais problemas ambientais e os muitos conflitos que assolam o mundo.

“A nossa geração legou muitas riquezas, mas não conseguimos proteger o planeta e não salvaguardamos a paz. Somos chamados a tornar-nos artesãos e zeladores da nossa casa comum, a Terra que está “caindo em ruínas”.

A postagem do Papa ecoou as suas palavras na Encíclica Laudato si’ de 2015 sobre o cuidado da nossa casa comum e o seu apelo aos indivíduos, comunidades e governos para que cuidem da natureza.

Dia da Terra de 2024 para um mundo sem plástico

Anualmente, o Dia da Terra traz um tema específico para chamar a atenção global acerca de questões ambientais urgentes. Sob o lema “Planeta vs. Plásticos”, esta 54ª edição centra-se na poluição do plástico e na necessidade urgente de reduzir a sua utilização e produção.

Para além das suas implicações ambientais, a proliferação de plásticos representa uma ameaça significativa para a saúde humana, semelhante aos desafios colocados pelas alterações climáticas.

Quantidade absurda de plástico produzida anualmente

Os humanos produzem mais de 400 milhões de toneladas métricas de plástico anualmente, o que representa aproximadamente o peso de todos os seres humanos no planeta.

Apenas 9% são reciclados e cerca de 22% dos resíduos plásticos em todo o mundo não são recolhidos, são eliminados de forma inadequada ou acabam como lixo.

À medida que os plásticos se degradam em microplásticos, libertam produtos químicos tóxicos nos ecossistemas, contaminando os oceanos (onde vão parar mais de 1 milhão de toneladas métricas todos os anos), alimentos e fontes de água, e pondo em perigo todas as formas de vida.

Efeitos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana

A campanha deste ano, portanto, prioriza a conscientização a respeito desses efeitos prejudiciais. Apela ainda ao aumento das pesquisas sobre as implicações para a saúde sob exposição ao plástico e defende a transparência na divulgação dos resultados dessas pesquisas com o público.

O objetivo imediato da campanha é eliminar rapidamente os plásticos descartáveis até 2030 e incorporar este compromisso no Tratado das Nações Unidas sobre Poluição Plástica até 2024, garantindo a cooperação global na abordagem desta questão premente.

O objetivo a longo prazo é obter uma redução de 60% na produção de plástico até 2040, de modo a salvaguardar a saúde humana e ambiental. Para tal, a campanha também enfatiza a importância de investir em tecnologias e materiais inovadores para pavimentar o caminho para um mundo livre do plástico.

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