Missa

Deus guia a história, lembra Papa na Festa de Guadalupe

Apesar dos tempos difíceis, Deus continua a dar à humanidade, através da Virgem Maria, seu Filho, que chama à fraternidade, disse o Papa na homilia

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Francisco em Missa na Festa de Nossa Senhora de Guadalupe / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

Deus nunca deixa de olhar para o mundo carente e ferido para ajudá-lo com sua compaixão e misericórdia. Palavras do Papa Francisco em sua homilia na Festa de Nossa Senhora de Guadalupe nesta segunda-feira, 12. O Santo Padre celebrou a Missa na Basílica de São Pedro.

Francisco destacou que a forma de Deus intervir e se manifestar surpreende sempre e enche de alegria. De fato, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher. “Sim, a vinda do Filho em carne humana é a expressão suprema do seu método divino para a nossa salvação (…) Assim, em Jesus, nascido de Maria, o Eterno entra na precariedade do nosso tempo, torna-se para sempre, irreversivelmente, ‘Deus conosco’ e caminha ao nosso lado como irmão e companheiro.”

Algo assim, com esse estilo, aconteceu há quase cinco séculos, pontuou o Pontífice, quando o Senhor enviou Maria no momento complicado e difícil para os habitantes do novo mundo. “Assim chegou às terras abençoadas da América Nossa Senhora de Guadalupe (…) e veio para consolar, para atender as necessidades dos pequenos, sem excluir ninguém, para envolvê-los como uma mãe cuidadosa com a sua presença, o seu amor e o seu consolo. É nossa Mãe Mestiça”.

Momento difícil, mas propício de salvação

O Papa observou que, neste ano, celebra-se Guadalupe em um momento difícil para a humanidade. Trata-se de um período com guerra, crescente injustiça, fome, pobreza, sofrimento. Mas apesar do horizonte parecer sombrio e desconcertante, a fé, o amor e a condescendência divinos dizem que este também é um tempo propício de salvação.

“O Senhor, através da Virgem Mãe e Mestiça, continua a nos dar seu Filho, que nos chama a sermos irmãos, para deixar de lado o egoísmo, a indiferença e o antagonismo, convidando-nos a nos encarregarmos ‘rapidamente’ uns dos outros e irmos ao encontro dos nossos irmãos e irmãs esquecidos e descartados por nossas sociedades consumistas e apáticas, nossos irmãos e irmãs deixados de lado. E o faz sem demora: é a Mãe apurada, apressada, a Mãe solícita.”

Foto: Joyce Silveira

Hoje, como ontem, Santa Maria de Guadalupe quer se encontrar com os fiéis, como um dia o fez com Juan Diego, observou Francisco. Ela pede que os fiéis permitam que ela seja sua mãe, que abram a vida ao seu Filho Jesus e acolham sua mensagem para aprender a amar como Ele.

Preparação ao centenário

Francisco recordou, por fim, que hoje se começa, no continente americano, a Novena Intercontinental Guadalupana, um caminho que prepara a celebração do V Centenário do Acontecimento Guadalupano em 2031. O Pontífice convidou todos os membros da Igreja na América a participar do caminho celebrativo, mas com verdadeiro espírito guadalupano, sem permitir que a mensagem seja destilada em pautas mundanas e ideológicas.

O Santo Padre concluiu a homilia com os votos de que Jesus, por intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe, conceda dias de alegria e serenidade, para que a paz do Senhor habite nos corações.

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