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Desenvolvimento humano integral implica no fim das guerras, afirma Papa

Francisco recordou nesta sexta-feira, 6, o Dia Internacional para a prevenção da exploração do meio ambiente em tempo de guerra e conflito armado

Da redação, com Vatican News

“A guerra é a negação de todos os direitos e uma agressão dramática ao meio ambiente. Se quisermos um desenvolvimento humano integral autêntico para todos, é preciso continuar incansavelmente no esforço de evitar a guerra”. Foi o que escreveu o Papa Francisco em sua conta no Twitter nesta sexta-feira, 6, por ocasião da celebração do Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Meio Ambiente em Tempo de Guerra e Conflito Armado celebrado pela ONU desde 2001.

O objetivo deste dia promovido pela ONU é sensibilizar a comunidade internacional para os efeitos nocivos ao meio ambiente dos conflitos que ainda hoje persistem. Segundo a ONU, as guerras não só fazem vítimas entre soldados e civis com armas, mas também matam ou põem em risco suas vidas através da destruição dos recursos naturais, do empobrecimento da terra e da impossibilidade de cultivar terras agrícolas, do desmatamento, da desertificação e da exposição das pessoas ao amianto e outras substâncias tóxicas, como o níquel e o chumbo.

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ONU: prevenir os conflitos também para proteger o ambiente

A mensagem que a Assembleia da ONU pretende enviar promovendo este dia é garantir que a proteção ambiental faça parte das estratégias mais amplas de prevenção de conflitos e manutenção da paz. Segundo o site das Nações Unidas sobre o Dia de hoje, “a humanidade sempre contou suas vítimas de guerra em termos de mortos e feridos, cidades destruídas, meios de subsistência destruídos. No entanto, o meio ambiente tem sido muitas vezes a vítima esquecida. Poços de água contaminados, plantações queimadas, florestas derrubadas, solo envenenado e animais abatidos, tudo isso aproveitado para fins militares”. E continua afirmando “além disso, como aponta o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), pelo menos 40% dos conflitos internos nos últimos 60 anos foram relacionados à exploração dos recursos naturais, tanto por seu ‘grande valor’, como madeira, diamantes, ouro, minerais ou petróleo, quanto por sua escassez, como terra fértil e água. O risco de uma recaída neste tipo de conflito pelos recursos naturais é duas vezes maior do que em outros casos”.

Conflitos e ambiente: tema de grande atualidade

Padre Joshtrom Kureethadam, coordenador do setor de Ecologia e Criação do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral no Vaticano, considera a iniciativa “muito oportuna” e recorda: “É um tema antigo, porque já na Bíblia, no Deuteronômio, sobre o cerco de uma cidade durante um longo período, é recomendado não cortar suas árvores e não envenenar os poços, pois como sempre na guerra junto com a humanidade também a natureza sofre. Mas é também uma questão de grande atualidade. Tivemos recentemente por exemplo, as Guerras do Golfo. As bombas caíam no deserto, porém, mais tarde, quando nevou no Himalaia, a milhares de quilômetros de distância, a neve era preta, porque o impacto ambiental tinha chegado até lá, na Índia”.

Em geral, continua padre Kureethadam, pensa-se que “a guerra é uma coisa entre os seres humanos, mas além das comunidades que sofrem, e em particular os irmãos e irmãs mais vulneráveis, a natureza também sofre e então as consequências caem sobre nós, sobre as populações”. Portanto, precisamos divulgar e debater cada vez mais sobre este tema”.

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Santa Sé: favorecer a abordagem multilateral e o diálogo

Hoje, apesar dos esforços de várias agências da ONU e da adoção de novos instrumentos de proteção jurídica, o meio ambiente continua a sofrer o impacto de conflitos armados em todo o mundo. O que mais poderia ser feito? Padre Kureethadam sublinha “os instrumentos jurídicos”. “Existem, mas cabe às Nações Unidas garantir, de alguma forma, que a comunidade internacional respeite essas leis, mas sua implementação ainda deixa muito, muito a desejar”.

O que a Santa Sé sempre apoiou, de acordo com o sacerdote, é uma abordagem multilateral através do diálogo. “O diálogo acontece quando consideramos o outro igual a nós, como irmão e irmã, mas também quando vemos todos como irmãos. O Papa Francisco defende este conceito de amor comum, amor público, diria até amor político, que podemos colocar em prática também na esfera da sociedade civil. Então, o caminho principal permanece sempre o do diálogo, de caminhar juntos, porque Deus quis que vivêssemos nesta casa comum como irmãos e irmãs, como uma só família humana”. 

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