Cruz não é enfeite, diz Papa ao falar do Cristianismo

Francisco enfatizou que não há Cristianismo sem cruz, sem entender a humilhação profunda do Filho de Deus

Da Redação, com Rádio Vaticano

Cruz não é enfeite, diz Papa ao falar do cristianismoNão existe um Cristianismo sem cruz, afirmou o Papa Francisco, na Missa desta terça-feira, 8, na Casa Santa Marta. O Pontífice destacou que, sozinho, o homem não pode sair do pecado, e explicou que a cruz não é um enfeite para ser colocado no altar, mas o mistério do amor de Deus.

O Santo Padre partiu da Primeira Leitura do dia para refletir sobre a morte no pecado. Logo, ele recordou as palavras de Jesus aos fariseus no Evangelho do dia: “morrereis no vosso pecado”.

“Não há possibilidade de sairmos sozinhos do nosso pecado. Não há possibilidade. Esses doutores da lei, essas pessoas que ensinavam a lei não tinham uma ideia clara sobre isso. Acreditavam, sim, no perdão de Deus, mas se sentiam fortes, suficientes, sabiam de tudo. Por fim, tinham feito da religião, da adoração a Deus, uma cultura com valores. Faziam as reflexões e os mandamentos de conduta para serem educados; pensavam, sim, que o Senhor poderia perdoar. Sabiam disso, mas estavam muito longe de tudo isso”.

O Papa explicou que o Cristianismo não é uma doutrina filosófica, um programa de vida para sobreviver, ser educado e fazer a paz. Essas são apenas consequências. “O Cristianismo é uma Pessoa elevada na cruz, uma Pessoa que aniquilou a si mesma para nos salvar. Não se entende o Cristianismo sem entender a humilhação profunda do Filho de Deus, que humilhou a si mesmo se fazendo servo até a morte de cruz para servir”.

O Papa lembrou, citando São Paulo, que o homem se gloria dos seus pecados, pois esta é a sua miséria. Porém, a partir da misericórdia de Deus, o homem se gloria em Cristo crucificado, e é por isso que não existe um Cristianismo sem cruz e não existe cruz sem Jesus Cristo. A cruz, enfatizou Francisco, é o mistério do amor de Deus.

“Não é um enfeite, que nós devemos colocar sempre nas igrejas, no altar. Não é um símbolo que nos distingue dos outros. A cruz é o mistério do amor de Deus, que humilha a si mesmo, se faz ‘nada’, se faz pecado. Onde está o seu pecado? ‘Ah, mas eu não sei, tenho tantos!’. Não, o seu pecado está ali, na cruz. Vá procurá-lo, ali, nas chagas do Senhor e ele será curado, as suas chagas serão curadas, o seu pecado será perdoado. O perdão que Deus nos dá não é para pagarmos uma conta que temos com Ele, são as chagas do Seu Filho na cruz, elevado na cruz. Que o Senhor nos atraia para Ele e que nós nos deixemos curar”.

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