Cristo é o princípio da unidade dos cristãos, diz Papa

Santo Padre fez a ressalva de que as divisões na Igreja não podem ser consideradas normais ou inevitáveis

Da Redação, com Rádio Vaticano

Cristo é o princípio da unidade dos cristãos, diz Papa

Papa na Basílica de São Paulo Fora dos Muros / Foto: L’Osservatore Romano-Rádio Vaticano

O Papa Francisco presidiu as vésperas na tarde deste sábado, 25, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, por ocasião da festa da Conversão do Apóstolo e no encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

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: Íntegra da homilia do Papa

Antes de iniciar a celebração, Francisco desceu ao túmulo do Apóstolo Paulo para rezar com o arcebispo metropolita ortodoxo e representante do Patriarcado ecumênico de Constantinopla, Gennadios Zervos, e o representante do arcebispo de Cantuária e chefe da Comunhão Anglicana em Roma, o Pastor David Moxon.

Na presença de representantes ortodoxos, anglicanos e de outras comunidades cristãs, em sua homilia o Papa comentou o tema escolhido para a edição deste ano da Semana: “Estará Cristo dividido?” (1 Cor 1, 13).

Com grande tristeza, comentou o Pontífice, o Apóstolo soube que os cristãos de Corinto estavam divididos em várias facções. Até mesmo quem apelava a Cristo o fazia para se distanciar dos irmãos.

Diante desta divisão, Paulo exorta os cristãos de Corinto a serem todos unânimes, para que haja perfeita união de pensar e sentir. Mas a comunhão a que chama o Apóstolo, notou Francisco, não poderá ser fruto de estratégias humanas.

“Nesta tarde, encontrando-nos aqui reunidos em oração, sentimos que Cristo – que não pode ser dividido – quer atrair-nos a Si, aos sentimentos do seu coração, ao seu abandono total e íntimo nas mãos do Pai, ao seu esvaziar-se radicalmente por amor da humanidade. Só Ele pode ser o princípio, a causa, o motor da nossa unidade.”

As divisões na Igreja – prosseguiu o Papa – não podem ser consideradas como um fenômeno natural ou inevitável. “As nossas divisões ferem o corpo de Cristo, ferem o testemunho que somos chamados a prestar-Lhe no mundo”, acrescentou.

O Pontífice mencionou o Decreto do Concílio Vaticano II sobre o ecumenismo (Unitatis redintegratio), em que se afirma que Cristo “fundou uma só e única Igreja” e acrescentou: “Queridos amigos, Cristo não pode estar dividido! Esta certeza deve incentivar-nos e suster-nos a continuar, com humildade e confiança, o caminho para o restabelecimento da plena unidade visível entre todos os crentes em Cristo.”

Improvisando, o Papa acrescentou que todos foram prejudicados pelas divisões entre os cristãos. “Caminhemos fraternamente juntos no caminho da unidade, na unidade ‘reconciliada’, para a qual o Senhor nos acompanha”, exortou, explicando que a unidade não vai cair do céu como um milagre, mas será o Espírito Santo a propiciá-la.

Francisco citou ainda seus predecessores, os Beatos João XXIII e João Paulo II e Paulo VI. Segundo ele, a obra desses pontífices fez com que a dimensão do diálogo ecumênico se tornasse um aspecto essencial do ministério do Bispo de Roma, de forma que hoje não se compreenderia plenamente o serviço petrino sem incluir nele esta abertura ao diálogo com todos os crentes em Cristo.

“Amados irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor Jesus que nos conserve profundamente unidos a Ele, nos ajude a superarmos os nossos conflitos, as nossas divisões, os nossos egoísmos e a vivermos unidos uns aos outros por uma única força, a do amor, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações.”

O cardeal Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Kurt Koch, não pôde participar da cerimônia, devido a um resfriado, e sua saudação foi lida pelo secretário do dicastério, Dom Brian O’Farrell.

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