Francisco falou sobre a eutanásia ao receber, em audiência, no Vaticano, pacientes e médicos da Associação Italiana de Oncologia Médica (AIOM)
Da redação, com Vatican News
“Uma oncologia da misericórdia”, esta foi a expressão utilizada pelo Papa Francisco ao receber, em audiência no Vaticano, pacientes e médicos da Associação Italiana de Oncologia Médica (AIOM). A Associação foi criada em 1973; no final de outubro, realizará seu XXI Congresso Nacional sobre o tema “O melhor tratamento para cada paciente”.
“É assim que a oncologia de precisão se torna também uma oncologia da misericórdia, porque o esforço para personalizar o tratamento revela uma atenção não somente à doença, mas ao doente e às suas características, ao modo como reage aos remédios, às informações mais dolorosas e ao sofrimento”, afirmou o Pontífice.
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Esse tipo de oncologia, prosseguiu o Papa, vai além da aplicação dos protocolos e revela uma utilização da tecnologia que se coloca a serviço das pessoas. Isso acontece quando a mesma não reduz o ser humano a uma coisa, quando não distingue entre quem merece ou não ser curado.
“A prática da eutanásia, que já se tornou legal em vários Estados, somente aparentemente se propõe a incentivar a liberdade pessoal; na realidade, esta se baseia numa visão utilitarista da pessoa, a qual se torna inútil ou pode ser equiparada a um custo se, do ponto de vista médico, não há esperanças de melhora ou não se pode mais evitar a dor”, alertou.
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Pelo contrário, disse ainda o Papa, o doente e seus familiares devem ser acompanhados em todas as fases do decurso através de métodos paliativos e estruturas atentas ao valor de cada pessoa. Por isso, Francisco encoraja os médicos a não esmorecerem diante da incompreensão ou diante da proposta insistente de caminhos mais radicais e apressados.
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O Pontífice falou também da importância da prevenção, procurando um estilo de vida saudável e respeitoso do corpo e da nossa casa comum: “A proteção do meio ambiente e a luta contra os tumores se tornam, assim, duas faces de um mesmo problema, dois aspectos complementares de uma mesma batalha de civilidade e de humanidade”.
O Papa encerrou seu discurso propondo aos médicos e doentes o exemplo de Jesus, o maior Mestre de humanidade, para que inspire a buscar a força de não interromper os elos de amor, a manter viva a amizade com Deus. “Que Jesus inspire cada um a fazer-se próximo de quem sofre, aos pequenos antes de tudo, e a colocar os fracos em primeiro lugar, para que cresçam uma sociedade mais humana e relações marcadas pela gratuidade, mais do que pela oportunidade”.