Comércio de arma e migração forçada ameaçam a paz, diz Papa

Francisco falou a novos embaixadores junto à Santa Sé que problema do comércio de armas e das migrações forçadas devem ser urgentemente enfrentados

Jéssica Marçal
Da Redação

O problema do comércio de armas e das migrações forçadas estiveram no centro do discurso do Papa Francisco a novos embaixadores junto à Santa Sé, recebidos pelo Pontífice, nesta quinta-feira, 15. O Santo Padre destacou que essas duas realidades colocam em risco a paz, são desafios a serem enfrentados com urgência para um mundo mais pacífico.

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Francisco fala aos novos embaixadores, que foram ao Vaticano, hoje, para apresentar suas cartas credenciais / Foto: L’Osservatore Romano

A preocupação com a paz permeou toda a fala de Francisco dirigida aos diplomatas da Suíça, Libéria, Etiópia, Sudão, Jamaica, Sul da África e Índia. As próprias relações diplomáticas, segundo ele, não têm outra finalidade se não fazer crescer, na família humana, a paz no desenvolvimento e na justiça.

“Todos falam de paz, todos dizem desejá-la, mas, infelizmente, o proliferar de armamentos de qualquer tipo conduz a um sentido contrário”, disse Francisco colocando em evidência a problemática do comércio de armas, que “complica e afasta a solução dos conflitos”. Ele pediu que a comunidade internacional dê lugar a uma nova temporada de empenho e coragem para combater o crescimento desse problema.

Como outro desafio, Francisco citou a migração forçada. Ele reconheceu os esforços que vem sendo feitos pelas organizações internacionais, estados, forças sociais e religiosos para responder aos aspectos mais críticos. Porém, defendeu que a solução não pode se limitar a medidas emergenciais. “É hora de enfrentá-lo (o problema) com um olhar político sério e responsável, que envolva todos os níveis: global, continental, de macrorregiões, de relações entre as Nações e até nacional e local”.

Com relação à migração forçada, o Papa elencou duas situações opostas: ao mesmo tempo em que se vê experiências de sucesso, de famílias que saíram de sua realidade desumana e encontraram dignidade, liberdade e segurança, há pessoas que enfrentam viagens massacrantes e condições desumanas. Trata-se de um fenômeno que, segundo Francisco, está ligado aos conflitos e às guerras, também à proliferação das armas.

“Seria uma contradição absurda falar de paz, negociá-la e, ao mesmo tempo, promover ou permitir o comércio de armas. Também podemos pensar que seria um comportamento, de certa forma cínico, proclamar os direitos humanos e, ao mesmo tempo, ignorar homens e mulheres que, constrangidos a deixar sua terra, morrem na tentativa ou não são acolhidos pela solidariedade internacional”.

O Pontífice encerrou o discurso reafirmando o desejo da Santa Sé de colaborar para a justiça e a paz, com base nos direitos humanos universalmente reconhecidos. Ele também assegurou a colaboração da Cúria Romana ao trabalho dos novos diplomatas que iniciam sua atuação junto ao Vaticano.

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