Francisco explicou que, graças à Eucaristia, os cristãos se tornam construtores de um mundo novo; No Angelus, Papa destacou Solenidade de Corpus Christi, celebrada hoje na Itália
Da redação, com Vatican News
No Angelus deste domingo, 2, o Papa Francisco dedicou a meditação que precede a oração mariana do Angelus à solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, celebrada hoje na Itália e em outros países. No Brasil, a solenidade foi celebrada na última quinta-feira, 30 de maio.
O Pontífice refletiu sobre o Evangelho da liturgia, que nos apresenta a Última Ceia de Jesus (Mc 14,12-26), durante a qual Ele realiza um gesto de entrega:
“No pão partido e no cálice oferecido aos discípulos, é Ele mesmo que se doa por toda a humanidade e se oferece pela vida do mundo.”
Tornar-se “pão partido” para o próximo
Francisco sublinhou que, no gesto de partir o pão, há um aspecto importante presente nas palavras de Jesus: “e lhes deu”, e completou: “A Eucaristia, de fato, remete antes de tudo à dimensão do dom. O Senhor toma o pão não para consumi-lo sozinho, mas para parti-lo e dá-lo aos discípulos, revelando assim sua identidade e sua missão”, pois, de toda a sua vida, Jesus fez um dom.
“Compreendemos, assim, que celebrar a Eucaristia e alimentar-se desse Pão, como fazemos especialmente aos domingos, não é um ato de culto desvinculado da vida ou um simples momento de consolação pessoal. Sempre devemos nos lembrar que Jesus tomou o pão, partiu-o e lhes deu e, portanto, a comunhão com Ele nos torna capazes de também nos tornarmos pão partido para os outros, de compartilhar o que somos e o que temos.”
Cristãos “eucarísticos”
Segundo o Papa, este é o chamado de todo cristão: tornarmo-nos “eucarísticos”, ou seja, pessoas que não vivem mais para si mesmas, na lógica da posse e do consumo, mas que sabem fazer de suas vidas um dom para os outros. Assim, graças à Eucaristia, nos tornamos profetas e construtores de um mundo novo:
“Quando superamos o egoísmo e nos abrimos ao amor, quando cultivamos laços de fraternidade, quando compartilhamos os sofrimentos de nossos irmãos e dividimos nosso pão e nossos recursos com os necessitados, quando colocamos à disposição de todos os nossos talentos, então estamos partindo o pão de nossas vidas como Jesus.”
Dom de amor
Por fim, o Santo Padre convidou os fiéis a uma reflexão interior:
“Perguntemo-nos então: guardo minha vida somente para mim ou a dou como Jesus? Eu me gasto pelos outros ou estou fechado em meu pequeno eu? E, nas situações do dia a dia, sei como compartilhar ou busco sempre o meu próprio interesse?”
“Que a Virgem Maria, que acolheu Jesus, o Pão descido do Céu, e se doou inteiramente junto com Ele, ajude também a nós a nos tornarmos um dom de amor, unidos a Jesus na Eucaristia”, concluiu Francisco.