Na Audiência Geral, Francisco apresentou o testemunho de Santa Mary MacKillop, religiosa australiana que se dedicou à evangelização por meio da educação dos jovens marginalizados
Da Redação, com Vatican News
Apesar do forte calor, uma multidão de fiéis se reuniu para ouvir o Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, 28, a última antes da pausa de verão de julho. O Santo Padre voltará a realizar a tradicional catequese no dia 9 de agosto.
Esta também foi a primeira Audiência Geral de Francisco desde a sua cirurgia, realizada no último dia 7. Ele passou pelos milhares de fiéis presentes na Praça São Pedro, beijou as crianças, tomou chimarrão e acenou aos peregrinos. Depois, ao se dirigir ao povo, agradeceu pela visita de todos e retomou o ciclo de catequeses sobre o zelo apostólico.
O testemunho apresentado pelo Papa nesta Audiência veio da Austrália. Santa Mary Mackillop, fundadora das Irmãs de São José do Sagrado Coração, dedicou sua vida à formação intelectual e religiosa dos pobres da zona rural.
A santidade passa pelo cuidado com os pobres
Filha de emigrados da Escócia, Mary Mackillop nasceu nos arredores de Melbourne. Desde jovem, sentiu o chamado de Deus a testemunhá-Lo, e compreendeu que devia fazer isto através da educação dos jovens. Então, dedicou-se principalmente aos jovens pobres que habitavam em periferias.
“E isto é muito importante: no caminho da santidade, os pobres, os marginalizados são os protagonistas, e uma pessoa não pode avançar na santidade se não se dedica a eles. São a presença do Senhor”, ressaltou o Papa.
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Francisco se deteve por um instante e partilhou uma frase que o impressionou: “o protagonista da história é o mendicante”. Com efeito, o Pontífice alertou que “são eles (os mendicantes) que chamam a atenção para esta grande injustiça, que é a grande pobreza no mundo. Gasta-se tanto dinheiro para fabricar armas e não para a comida”.
Educação para o desenvolvimento integral humano
Voltando à Santa Mary MacKillop, o Papa citou que, em 19 de março de 1866, dia de São José, ela abriu a primeira escola num pequeno subúrbio. Os professores eram convidados a acompanhar e encorajar os estudantes rumo ao desenvolvimento integral de cada um, sem deixar de lado a dimensão espiritual. Muitas outras escolas foram surgindo posteriormente, inclusive na Nova Zelândia.
“Mary MacKillop estava convencida de que o propósito da educação é o desenvolvimento integral da pessoa, tanto como indivíduo quanto como membro da comunidade; e que isso requer sabedoria, paciência e caridade por parte de cada professor”, destacou Francisco.
Ele indicou também que a educação não se faz enchendo a cabeça de ideias, mas mostrando aos estudantes quanto a amizade com Jesus dilata os corações e torna a vida mais humana. Este é um “pacto educativo” que surge a partir da união de famílias, escolas e toda a sociedade.
Cultivar a relação com Deus
Por fim, o Papa destacou também outras características de Santa Mary MacKillop, como a fé na Divina Providência e a relação contínua com o Senhor. Em Deus ela encontrava tranquilidade, readquiria o entusiasmo e reavivava a alegria, mesmo em meio às dificuldades e aos desafios. “Este é o segredo do zelo apostólico: a relação contínua com o Senhor”, sintetizou o Pontífice.
Francisco concluiu desejando que o discipulado missionário de Santa Mary MacKillop inspire a todos. “O seu exemplo e a sua intercessão amparem o trabalho cotidiano dos pais, professores, catequistas e de todos os educadores, pelo bem dos jovens e por um futuro mais humano e cheio de esperança”, finalizou.