Em Coletiva

Cardeais brasileiros falam sobre escolha do Papa Francisco

Igreja não é só feita de cálculos humanos, diz Dom Odilo

Padre Hamilton Nascimento
Enviado especial a Roma

Cardeais brasileiros falam sobre escolha do Papa Francisco

Cardeais brasileiros concederam coletiva aos jornalistas, nesta quinta-feira, 14 (Foto: TV Canção Nova)

Os cardeais brasileiros concederam entrevista coletiva no Colégio Pio Brasileiro, em Roma, na manhã desta quinta-feira, 14. Falaram sobre o Conclave que elegeu o Papa Francisco.

Três dos cinco cardeais brasileiros compareceram para conversar com a imprensa. O primeiro a falar foi Dom Raymundo Damasceno de Assis, presidente da CNBB, que não escondeu que a eleição do Papa Francisco foi uma grande surpresa.

“Novidade pelo nome: Francisco, uma surpresa realmente. Novidade por ser um jesuíta também, na história da Igreja o primeiro a ser levado ao Pontificado”, destacou.

Dom Damasceno disse que o novo Papa já é um velho conhecido do Brasil, especialmente Aparecida. “Ele participou da V Conferência Geral de Aparecida, foi o coordenador da Comissão que elaborou o documento conclusivo da V Conferêcia”.

Para o cardeal emérito de Salvador, Dom Geraldo Majella Agnelo, que participou do seu segundo Conclave, em 2005 a eleição de Bento XVI já era prevista, mas este Papa não era tão esperadoagora.

“Este Papa parece que não era assim tão esperado, mas estão vendo que o Espírito Santo fala onde ninguém está esperando. Ele vive este nome Francisco, é diferente dos outros”, comentou Dom Geraldo.

O terceiro e mais esperado pronunciamento foi do Cardeal de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, considera pela imprensa mundial um forte candidato na sucessão de Bento XVI. No entanto, Dom Odilo foi claro em suas palavras:

“Este fator surpresa precisaria ser bem analisado também pela imprensa. As cotações prévias foram todas para o espaço, não é verdade? Mas afinal, com que critérios foram feitos os cálculos, as cotações, critérios naturalmente humanos etc. É normal! Porém, há que se aprender uma coisa: a Igreja não é só feita de cálculos humanos. Quando nós analisamos a Igreja ou as pessoas da Igreja a partir apenas de critérios humanos, sempre vamos fazer uma análise, pelo menos, míope, senão errada”.

Ao ser perguntado se chegou a pensar em se tornar Papa, a resposta foi novamente bastante clara:

“Eu nunca pensei que isso viesse a acontecer; agora, ser eleito Papa não é uma honra, simplesmente, como é calculado. Não é um poder, é um serviço. Um serviço muito grande”, disse Dom Odilo.

Ao final da concorrida entrevista coletiva, os cardeais foram unânimes em afirmar que é o Espírito Santo que orienta e conduz a Igreja, e que o Papa Francisco, em tempos pós-modernos, é o Papa certo para o momento certo.

“Porque tem como espírito fundamental esse: o da missão, da evangelização”, disse Dom Damasceno.

Dom Geraldo disse também que a idade do novo Papa (76 anos) pode ajudá-lo a, em pouco tempo, fazer muito. “E eu acredito que fará, o testemunho dele vai ser muito vibrante para o mundo”.

“A Igreja é humana, mas é conduzida pelo Espírito Santo e, como o Papa Bento XVI deixava muito claro, no seu último encontro com o povo na Praça São Pedro, no dia 27 de fevereiro, e no dia 28 de fevereiro com os cardeais: ‘Coragem, Jesus não abandonou a Igreja, Jesus não abandonou a barca de Pedro'”, reforçou Dom Odilo.

Confira na reportagem de padre Hamilton Nascimento

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