Populorum progressio

Caminho de integração entre os povos permite futuro de paz, diz Papa

Papa discursou hoje a congresso sobre a Populorum progressio, encíclica de Paulo VI sobre desenvolvimento dos povos

Rádio Vaticano

O Papa Francisco se reuniu na manhã de terça-feira, 4, com os participantes do Congresso sobre os 50 anos da Encíclica Populorum Progressio, do Beato Paulo VI, sobre o desenvolvimento dos povos.

O evento, realizado na sala nova do Sínodo, também foi organizado para apresentar o novo órgão vaticano para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, guiado pelo Cardeal Peter Turkson, a quem o Papa agradeceu o trabalho e a criatividade, como modelo de construção eclesial.

O Pontífice desenvolveu seu discurso a partir do verbo “integrar”, para evidenciar aspectos da expressão cunhada por Paulo VI na Encíclica: “desenvolvimento de cada homem e de todo o homem”.

Para o desenvolvimento integral, se trata de integrar os diversos povos da terra. “O dever de solidariedade nos obriga a buscar modalidades justas de compartilha, para que não exista a dramática desigualdade entre quem muito tem e nada tem, entre quem descarta e que é descartado. Somente o caminho da integração entre os povos permite à humanidade um futuro de paz e de esperança”.

Para isso, todos podem e devem dar sua contribuição. Trata-se do princípio de subsidiariedade, integrando os vários sistemas: a economia, a finança, o trabalho, a cultura, a vida familiar e a religião.

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.: Íntegra da encíclica Populorum progressio

Nenhum aspecto deve prevalecer sobre o outro, destaca o Papa, pois se trata de integrar a dimensão individual com aquela comunitária. Não faltam visões ideológicas e poderes políticos que espezinham a pessoa, massificando-a ou privando-a da liberdade. Francisco denuncia os poderes econômicos que querem explorar a globalização para impor um mercado global do qual ditam as regras para obter lucros. “O eu e a comunidade não são concorrentes entre si”, afirma Francisco.

O Papa recordou que já Paulo VI escrevia que o desenvolvimento não se reduz a um simples crescimento econômico. “O desenvolvimento não consiste em ter à disposição sempre mais bens, para um bem-estar somente material. Integrar corpo e alma significa também que nenhuma obra de desenvolvimento poderá alcançar realmente o seu fim se não respeitar o local em que Deus está presente em nós e fala ao nosso coração”.

Para a Igreja, de modo especial, oferecer um desenvolvimento integral significa não trair Deus nem o homem. Deus se fez homem para fazer da vida humana, seja pessoal, seja social, uma concreta via de salvação. Neste sentido, o conceito de pessoa, amadurecido no Cristianismo, ajuda a perseguir um desenvolvimento plenamente humano. Porque pessoa remete sempre à relação, não ao individualismo; afirma a inclusão e não a exclusão, a dignidade única e inviolável e não a exploração, a liberdade e não a coação.

Francisco concluiu afirmando que a Igreja nunca se cansa de oferecer esta sabedoria e a sua obra ao mundo, na consciência de que o desenvolvimento integral é o caminho do bem que a família humana é chamada a percorrer.

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