Na Celebração de Todos os Fiéis Defuntos, Francisco refletiu sobre a memória dos que já morreram, a esperança na vida eterna e o sofrimento causado pelas guerras
Da Redação, com Vatican News
“Hoje, pensando nos mortos, pedimos paz ao Senhor para que as pessoas não se matem mais nas guerras”. Ao presidir a Celebração de Todos os Fiéis Defuntos na manhã desta quinta-feira, 2, no Cemitério de Guerra de Roma, o Papa Francisco voltou seus pensamentos para as vítimas dos conflitos armados no mundo.
Com um maço de flores brancas nas mãos, o Pontífice visitou as lápides dos soldados da Commonwealth (Comunidade das Nações) mortos na Segunda Guerra Mundial, dispostas no gramado do cemitério, também conhecido como Cemitério Inglês. Na sequência, celebrou a Santa Missa.
Memória e esperança
Em sua homilia, o Santo Padre apresentou duas palavras para reflexão: memória e esperança. Primeiro, a memória daqueles que já passaram pela vida, “de tantas pessoas que nos fizeram bem: na família, entre amigos… E também memória daqueles que não puderam fazer tanto bem, mas foram recebidos na memória de Deus, na misericórdia de Deus”, expressou Francisco.
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Depois, esperança, pois a memória celebrada no dia de hoje, segundo o Papa, deve impulsionar os homens a seguir adiante e olhar para a jornada da vida à frente. “Caminhamos para o encontro, com o Senhor e com todos. E devemos pedir ao Senhor esta graça da esperança: a esperança que nunca desilude; a esperança, que é a virtude cotidiana que nos leva adiante, nos ajuda a resolver os problemas e a procurar saídas”, indicou o Pontífice.
“A vida é destruída sem nos darmos conta”
Na sequência, ele partilhou que, em seu trajeto por entre as lápides, foi lendo os nomes e as datas de nascimento e morte dos enterrados no cemitério, destacando a tenra idade em que muitos faleceram.
“Olhei a idade desses mortos, a maioria entre 20 e 30 anos. Vidas interrompidas… E pensei nos pais, nas mães que recebem aquela carta: ‘Senhora, tenho a honra de lhe dizer que a senhora tem um filho herói’… ‘Sim, herói, mas tiraram isso de mim’. Tantas lágrimas nestas vidas interrompidas”, exprimiu o Papa, que recordou ainda as guerras que o mundo enfrenta atualmente: “a vida é destruída sem nos darmos conta disso.”
Oração clamando pela misericórdia e esperança
Por fim, o Pontífice recordou que a principal consequência da guerra é a morte, tanto para vencedores quanto para derrotados. Assim como em outros momentos, ele expressou que “as guerras são sempre uma derrota”, e convidou todos a rezar pela paz, pedindo a Deus que as pessoas já não se matem nas guerras.
“Rezemos ao Senhor pelos nossos defuntos, por todos, por todos: que o Senhor os receba a todos. E rezemos também para que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos dê esperança: a esperança de seguir em frente e de poder encontrá-los todos juntos com Ele, quando Ele nos chamar”, concluiu Francisco.