Missa neste domingo

Cada cristão é missionário na medida em que testemunha o amor de Deus, diz Papa

Evangelicidade, eclesialidade, missionariedade. Três palavras que devem caracterizar as Confrarias, diz Papa Francisco

Da Redação, com Rádio Vaticano

papa_1Neste domingo, 5, mesmo com chuva, mais de 70 mil peregrinos participaram da Missa celebrada pelo Papa Francisco na Praça de São Pedro, no Vaticano. A celebração contou com a presença de membros de Confrarias (também chamadas de Ordens Terceiras) provenientes da Itália e de todo o mundo.

Na sua homilia, o Papa Francisco falou da sua alegria em celebrar especialmente às Confrarias, neste caminho do Ano da Fé, e destacou que elas são uma realidade com grande tradição na Igreja e objeto de renovação e redescoberta nos últimos tempos.

Refletindo sobre o Evangelho do dia (cf. Jo 14,23-29), o Papa destacou que Jesus confia aos apóstolos seus últimos pensamentos, como se fosse um testamento espiritual. O texto deste domingo põe em evidência que toda a fé cristã está centrada no relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

:: Homilia na ÍNTEGRA

“Quem ama o Senhor Jesus, no seu íntimo acolhe a Ele e ao Pai e, graças ao Espírito Santo, acolhe no seu próprio coração e na vida pessoal o Evangelho. Indica-se aqui o centro do qual tudo deve partir e ao qual tudo deve conduzir: amar a Deus, ser discípulos de Cristo, vivendo o Evangelho”.

Em seguida, falando aos membros das Confrarias, destacou que eles são uma importante manifestação da “piedade popular”, que é um tesouro para a Igreja e foi definida pelos bispos latino-americanos como uma espiritualidade, um “espaço de encontro com Jesus Cristo”.

Diante disso, o Papa os orientou a manterem-se fiéis no seguimento de Cristo: “Bebei sempre em Cristo, fonte inesgotável; reforçai a vossa fé, tendo a peito a formação espiritual, a oração pessoal e comunitária, a liturgia. Caminhai decididamente para a santidade; não vos contenteis com uma vida cristã medíocre, mas a vossa pertença sirva de estímulo, a começar por vós mesmos, para amar mais a Jesus Cristo”.

Sobre a passagem dos Atos dos Apóstolos (15,1-2.22-29), Papa Francisco disse que o texto  fala do que é essencial para ser uma pessoa cristã, para seguir a Cristo. Os apóstolos e os demais anciãos fizeram uma reunião importante em Jerusalém, o primeiro “concílio”, sobre este tema, devido aos problemas que surgiram depois que o Evangelho havia sido pregado  aos não-judeus.

Segundo o Papa, a ocasião foi providencial para que os apóstolos compreendessem o que é essencial: “acreditar em Jesus Cristo morto e ressuscitado pelos nossos pecados e amarmo-nos como Ele nos amou”. E ressaltou, “notai, porém, como as dificuldades foram superadas, não fora, mas dentro da Igreja”.

Na homilia, o Santo Padre recordou ainda que, em outra ocasião, Bento XVI, ao se dirigir aos membros das Confrarias, usou a palavra “evangelicidade”. E acrescentou outras duas palavras: “eclesialidade e missionariedade”.

Sobre a eclesialidade, o Papa disse que a piedade popular é uma estrada que leva ao essencial, se for vivida na Igreja em profunda comunhão com os Pastores.

“Os bispos latino-americanos escreveram que a piedade popular, de que sois expressão, é ‘uma maneira legítima de viver a fé, um modo de se sentir parte da Igreja’ (Documento de Aparecida, 264). Amai a Igreja! Deixai-vos guiar por ela! Nas paróquias, nas dioceses, sede um verdadeiro pulmão de fé e de vida cristã. Nesta Praça, vejo uma grande variedade de cores e de sinais. Assim é a Igreja: uma grande riqueza e variedade de expressões em que tudo é reconduzido à unidade, ao encontro com Cristo”.

E quanto a missionariedade, terceira palavra que deve caracterizar as irmandades, o Papa afirmou que as confrarias têm a missão específica e importante de “manter viva a relação entre a fé e as culturas dos povos” a que pertencem através da piedade popular.

“Quando, por exemplo, levais em procissão o Crucifixo com tanta veneração e amor ao Senhor, não cumpris um mero ato exterior; mas indicais a centralidade do mistério pascal do Senhor, da sua Paixão, Morte e Ressurreição e indicais, primeiramente a vós próprios e depois à comunidade, que é preciso seguir Cristo ao longo do caminho concreto da vida para que nos transforme”.

De igual modo, destacou Papa Francisco quando manifestam uma profunda devoção pela Virgem Maria, apontam a mais alta realização de existência cristã: Aquela que, pela sua fé e obediência à vontade de Deus e também pela sua meditação da Palavra e das ações de Jesus, é a discípula perfeita do Senhor.

“Sede também vós verdadeiros evangelizadores! As vossas iniciativas sejam «pontes», estradas que levem a Cristo a fim de caminhardes com Ele. E, neste espírito, permanecei sempre atentos à caridade. Cada cristão e cada comunidade é missionária na medida em que transmite e vive o Evangelho e testemunha o amor de Deus por todos, especialmente por quem se encontra em dificuldade. Sede missionários do amor e da ternura de Deus!”

Portanto, concluiu Papa Francisco: “evangelicidade, eclesialidade, missionariedade. Peçamos ao Senhor que oriente sempre a nossa mente e o nosso coração para Ele, como pedras vivas da Igreja, para que cada uma das nossas atividades e toda a nossa vida cristã sejam um luminoso testemunho da sua misericórdia e do seu amor”.

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