Neste segundo domingo de Páscoa, Francisco convida os fiéis a se aproximarem de Cristo com fé, abrindo o coração à paz, à alegria e à missão
Da redação, com Vatican News
Antes de rezar o Regina Coeli com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, Papa Francisco refletiu, neste segundo Domingo da Páscoa, 28, sobre a Festa da Divina Misericórdia. O Evangelho (Cf.: Jo 20, 19-31) que narra o dia da Páscoa e a aparição de Jesus aos discípulos reunidos no Cenáculo foi o ponto de partida da meditação do Pontífice. Segundo o Santo Padre, o texto leva a três dons: a paz, a alegria e a missão apostólica.
“As primeiras palavras que Ele diz são: ‘A paz esteja convosco’ (v. 21). O Ressuscitado traz a paz autêntica, porque mediante seu sacrifício na cruz, realizou a reconciliação entre Deus e a humanidade e venceu o pecado e a morte. Esta é a paz. Os seus discípulos, por primeiro, tinham necessidade dessa paz, porque, depois da captura e da condenação à morte do Mestre, estavam desorientados e com medo”, comentou Francisco.
O Papa recordou de que Jesus Se apresenta vivo em meio aos discípulos e mostra Suas chagas no corpo glorioso, para dar a paz como fruto de sua vitória. O Pontífice frisa que naquela noite não estava presente o apóstolo Tomé que, informado do evento extraordinário, ficou incrédulo diante do testemunho dos outros apóstolos, preferindo verificar pessoalmente a verdade do que eles afirmavam.
Leia também
.: “A Confissão é a passagem da miséria à misericórdia”, diz Papa
.: Padre pede que fiéis experimentem a Misericórdia de Deus
“Oito dias depois, isto é, exatamente hoje, a aparição se repete: Jesus vai ao encontro à incredulidade de Tomé, convidando-o a tocar Suas chagas. Eles constituem a fonte da paz, porque são o sinal do imenso amor de Jesus que derrotou as forças hostis ao homem, o pecado e a morte. Convida-o a tocar as chagas. É um ensinamento para nós, como se Jesus nos dissesse, a todos nós: ‘Mas se tu não estás em paz, toca as minhas chagas’. Tocar as chagas de Jesus, que são os tantos problemas, dificuldades, perseguições, doenças, de tantas pessoas que sofrem. Tu não estás em paz? Vai, vai visitar alguém que é o símbolo da chaga de Jesus. Toca a chaga de Jesus”, exortou o Santo Padre.
É Domingo da Misericórdia, pois das chagas brota a misericórdia, explicou Francisco, que prosseguiu: “Um santo dizia que o corpo do Jesus crucificado era como um monte de misericórdia, que por meio de suas chagas veio até nós. Todos nós temos necessidade de misericórdia, sabemos disso. Aproximemo-nos de Jesus e toquemos suas chagas, em nossos irmãos que sofrem”.
“As chagas de Jesus são um tesouro, delas vem a misericórdia. Sejamos corajosos e toquemos as chagas de Jesus. Com estas chagas Ele está diante do Pai, as mostra ao Pai, como se dissesse: ‘Pai, este é o preço, estas chagas são o que paguei pelos meus irmãos’”, revelou o Pontífice. Com as chagas, o Santo Padre lembra que Jesus intercede diante do Pai, dá misericórdia e intercede por todos. “Não esqueçam as feridas de Jesus”, pediu o Papa.
Leia também
.: Ângelus: Ser testemunhas de bondade e de misericórdia, pede Papa
.: Misericórdia é o que ajuda a superar a lei mundana da retaliação, diz Papa
O segundo dom que Jesus ressuscitado leva aos discípulos é alegria, frisou Francisco. “O evangelista relata que ‘os discípulos alegraram-se em ver o Senhor’(v. 20). E há também um versículo na versão de Lucas que diz que eles não podiam acreditar pela alegria. Também conosco quando quem sabe algo incrível, de belo tenha acontecido, o que temos vontade de dizer: ‘Eu não posso acreditar, isso não é verdade!’. Assim eram os discípulos, eles não podiam acreditar de alegria. Esta é a alegria que Jesus nos traz”, observou.
Diante da tristeza e da falta de paz, o Pontífice convidou os fiéis a olharem para Jesus crucificado e ressuscitado, a olharem suas chagas para que tenham alegria. “E depois, além da paz e da alegria, Jesus traz como dom aos discípulos também a missão. Ele lhes diz: ‘Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio’ (v. 21). A ressurreição de Jesus é o início de um novo dinamismo de amor, capaz de transformar o mundo com a presença do Espírito Santo”, sublinhou.
Neste segundo domingo de Páscoa, Francisco pediu aos cristãos que se aproximem de Cristo com fé, abrindo o coração à paz, à alegria e à missão. “Mas não esqueçam as chagas de Jesus, que dali brota a paz, a alegria e a força para a missão. Confiamos esta oração à materna intercessão da Virgem Maria, Rainha do céu e da terra”, concluiu o Papa.