Homilia

Aprender a rezar com coragem e insistência, incentiva Papa

Francisco convidou os cristãos a se questionarem: “Como rezo? Como um papagaio? Rezo propriamente com a necessidade no coração?”

Da redação, com Vatican News

Fiel reza durante missa celebrada pelo Papa Francisco nesta quinta-feira, 11, na Casa Santa Marta, no Vaticano/ Foto: Vatican Media

Com o tema oração, Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho desta quinta-feira, 11, durante homilia na Casa Santa Marta, no Vaticano. No texto, Jesus conta aos seus discípulos de um homem que, à meia-noite, bate à porta da casa de seu amigo para pedir-lhe algo para comer. A visita do amigo é inesperada, e o homem reza com insistência. A partir deste exemplo, o Santo Padre destacou três elementos: um homem necessitado, um amigo e um pouco de pão.

“O Senhor quer nos ensinar como rezar com coragem, porque quando rezamos normalmente precisamos de algo. Um amigo é Deus: é um amigo rico que tem pão, tem aquilo de que necessitamos. É como se Jesus dissesse: Na oração sejam invasivos. ‘Não se cansem’. Mas não se cansem do quê? De pedir. ‘Peçam e lhes será dado’”, explicou o Pontífice.

O Papa continuou afirmando que a oração não é como uma varinha mágica que traz soluções logo que pedimos. “Não se trata de rezar duas vezes o ‘Pai-Nosso’ e depois ir embora, assim não se tem a vontade de obter o que foi pedido. A oração é um trabalho: um trabalho que requer de nós vontade, exige constância, pede que sejamos determinados, sem vergonha. Por quê? Porque estou batendo à porta do meu amigo. Deus é amigo, e com um amigo eu posso fazer isto. Uma oração constante, invasiva”, frisou.

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Santa Mônica foi citada pelo Santo Padre como um exemplo, uma mulher que rezou por anos, com lágrimas, pela conversão do seu filho. “O Senhor, no final, lhe abriu a porta”, afirmou. Francisco deu outro exemplo, contando um fato que ele mesmo testemunhou em Buenos Aires: um homem, que tinha uma filha que os médicos não tinham dado qualquer esperança de vida. De acordo com o Santo Padre, o pai percorreu 70 quilômetros até o Santuário de Nossa Senhora de Luján. Chegou e o Santuário estava fechado, mas rezou do lado de fora toda a noite, pela vida da filha. E quando na manhã sucessiv,a voltou ao hospital, encontrou a mulher que lhe disse que a menina estava bem e não corria mais perigo. “Aquele homem sabia como rezar”, disse o Papa.

O Pontífice convidou os cristãos a pensarem também nas crianças manhosas quando querem algo, e no final os pais cedem. “Alguém, porém, pode se questionar: mas Deus não fica bravo se fizermos assim? O próprio Jesus, prevendo isso, nos disse: ‘E vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”, exemplificou o Santo Padre, que continuou: “É um amigo: dá sempre o bem. Dá mais: eu peço para resolver este problema e ele o resolve e dá também o Espírito Santo. Dá mais”.

Por fim, Francisco incentivou os cristãos a se questionarem: “Como rezo? Como um papagaio? Rezo propriamente com a necessidade no coração? Luto com Deus na oração para que me dê aquilo de que necessito se é justo?”. O Pontífice concluiu pedindo aos fiéis que aprendam a rezar a partir do Evangelho de hoje.

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