Refletindo sobre o Evangelho, Francisco falou sobre o chamado de Jesus para ser vigilante e ‘acender nossas lâmpadas’ enquanto aguardamos o encontro final com o Pai
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco rezou ao meio-dia deste domingo, 11, o Angelus com os milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Na sua alocução que precedeu a oração mariana o Santo Padre citou a página evangélica do domingo na qual Jesus chama os seus discípulos à vigilância constante para captar a passagem de Deus na própria vida, porque Deus continuamente passa na nossa vida.
Francisco sublinhou que “a verdadeira fé abre o coração ao próximo e encoraja a comunhão com os irmãos, especialmente com aqueles que estão na necessidade”. Chamou então a atenção a todos os fiéis que se professam cristãos que “ninguém pode retirar-se intimamente na certeza da sua própria salvação, desinteressando-se dos outros”.
O Pontífice exortou “a não criar raízes em cômodas e tranquilizadoras habitações, mas abandonar-se com simplicidade e confiança à vontade de Deus, que nos guia para a próxima meta.
“O Senhor sempre caminha conosco e tantas vezes nos pega pela mão, para nos guiar, para não errarmos neste caminho tão difícil. De fato, quem confia em Deus sabe bem que a vida de fé não é algo estático, mas é dinâmica: é um caminho contínuo, para ir para etapas sempre novas, que o próprio Senhor indica dia após dia. Porque Ele é o Senhor das surpresas, o Senhor das novidades, mas das verdadeiras novidades”.
E depois ― continuou Francisco ― nos é pedido para mantermos as “lâmpadas acesas” para sermos capazes de iluminar a escuridão da noite. Somos convidados, isto é, a viver uma fé autêntica e madura, capaz de iluminar as muitas “noites” da vida. “E sabemos, todos nós tivemos dias que eram verdadeiras noites espirituais. A lâmpada da fé precisa ser alimentada continuamente, com o encontro coração a coração com Jesus na oração e na escuta da sua Palavra”.
O Papa recordou então o que já dissera várias vezes: “carreguem sempre com vocês um pequeno Evangelho no bolso, na bolsa, para o lê-lo. É um encontro com Jesus, com a Palavra de Jesus. Esta lâmpada do encontro com Jesus na oração e na sua Palavra nos é confiada para o bem de todos”. E sublinhou: “é uma fantasia crer que alguém possa iluminar-se de dentro. Não, é uma fantasia”.
Francisco disse ainda que Jesus, para nos fazer compreender a atitude de espera, conta a parábola dos servos que esperam o retorno do patrão quando regressa de um casamento, apresentando assim outro aspecto da vigilância: estar prontos para o encontro último e definitivo com o Senhor. Cada um de nós vai se encontrar com Ele naquele dia do encontro. Cada um de nós tem a sua própria data para o encontro final.
O Papa observou que “a vida é um caminho em direção à eternidade; por isso, somos chamados a fazer frutificar todos os talentos que temos, nunca esquecendo que não temos aqui a cidade estável, mas estamos à procura da cidade futura”. Nesta perspectiva o Pontífice concluiu, “cada momento se torna precioso”, com vista a “construir um mundo mais justo e fraterno”.