Nesta oração mariana do Ângelus, o Papa falou sobre a postura do cristão no mundo de hoje
Da redação, com Vatican News
Antes de iniciar sua 27ª viagem apostólica internacional, desta vez a Abu Dhabi, país que fica na Península Arábica, o Papa Francisco iniciou mais uma oração mariana do Ângelus do palácio apostólico, na Praça São Pedro.
Francisco deu início ao seu tradicional discurso lembrando a liturgia apresentada no último domingo, 27, em que Jesus Cristo lê uma passagem, na sinagoga de Nazaré, do profeta Isaías e conclui que aquelas palavras hoje se concluem Nele. “Jesus se apresenta como aquele sobre o qual pousou o Espírito do Senhor, que O consagrou e O enviou para cumprir a missão em favor da humanidade”, lembrou o Sucessor de Pedro.
No evangelho deste domingo, 3, o Pontífice deu continuidade àquela narração. “E nos mostra admiração de seus cidadãos ao ver que um da cidade deles, o filho de José, pretende ser o Cristo, o enviado do Paí”, explicou. “Jesus, com sua capacidade de penetrar nas mentes e nos corações, entende imediatamente o que pensam, e consideram que sendo Ele um deles, deva demonstrar esta estranha pretensão fazendo milagres em Nazaré como fizera nas cidades vizinhas”, acrescentou.
Jesus, por outro lado, não aceita esta lógica. “Isto não corresponde aos planos de Deus, que quer a fé. Mas eles querem os milagres. Deus quer salvar todos. E eles querem o Messias em favor de seus próprios interesses”, detalha o Pontífice.
Para explicar a lógica de Deus, Jesus então apresenta o exemplo de dois antigos profetas, Elias e Eliseu. “Deus havia os enviara para salvar e curar pessoas, não apenas os judeus, mas de todos os povos”, afirmou o Santo Padre. “Diante deste convite a eles para abrir seus corações à gratuidade e universalidade da salvação, os cidadãos de Nazaré se rebelam e até mesmo assumem uma atitude agressiva que se degenera a ponto de expulsarem Jesus da cidade”.
Jesus, então, é conduzido a uma colina com o objetivo de precipitá-Lo de lá. “Este evangelho nos mostra que o mistério público de Jesus começa com uma rejeição e uma ameaça de morte. Paradoxalmente, por parte de seus próprios cidadãos. Jesus, ao viver a missão a Ele confiado, sabe que terá que enfrentar o cansaço e a rejeição, a perseguição e a derrota. Um preço que ontem como hoje a profecia autêntica é chamada a pagar”, ponderou o Papa.
E assim, também no mundo contemporâneo, é preciso encontrar nos discípulos do Senhor profetas com esta conduta. “Isto é, pessoas que seguem o impulso do Espírito Santo, que as envia a anunciar esperança e salvação aos pobres e aos excluídos, pessoas que seguem a lógica da fé e não dos milagres, pessoas dedicadas ao serviço de todos sem privilégios ou exclusões, pessoas que se abrem para acolher em si mesmas a vontade do Paí”, ressaltou Francisco.