Professor de física analisa propostas do Papa Francisco sobre a ecologia na ‘Laudato Si’ e afirma que somente os recursos naturais são capazes de gerar energia
Da redação, com Agência Ecclesia
O professor de Física da Universidade de Lisboa Filipe Duarte Santos disse que os problemas enunciados na ‘Laudato Si’ lançam desafios “até ao fim do século” e alertou para a inexistência de “fórmulas mágicas de gerar energia”.
O professor afirmou que a encíclica do Papa, publicada há um ano, teve um grande impacto:
“É um documento que vai ter importância durante as próximas décadas. Estou convencido que é realmente importante e atual. Os temas que aborda, dadas as circunstâncias, não se vão resolver num ano ou em dois anos, nem em 10 anos. São temas que nos levam até ao fim do século.”
Santos lembra que achou interessante o fato de o pontífice ter se preocupado em se rodear de cientistas para o aconselharem na elaboração da encíclica.
O docente alerta que o planeta terra é “finito, tem recursos finitos”, a tecnologia “não é capaz de resolver tudo” e a física “não conhece fórmulas mágicas” de gerar energia.
“Nós não produzimos energia, nós convertemos uma forma de energia noutra. Convertemos, por exemplo, a energia solar em energia eólica ou em energia hídrica. A energia que utilizamos nos combustíveis fósseis é a que está armazenada e que, originalmente, proveio do sol. Foi convertida através de plantas que viveram há milhões de anos e os restos dessas plantas passaram para o interior da terra e transformaram-se em carvão, em petróleo ou em gás natural”.
Igreja
O professor destacou também a “evolução” da religião católica na preocupação com as questões da ecologia, o que é muito bem-vindo para toda a humanidade.
“O percurso da religião católica neste aspeto da Eco-Teologia foi interessante e diria mesmo paradigmático em relação a outras religiões”, analisou Santos, observando que as advertência na Encíclica ‘Laudato Sí’ são muito importantes para fazer refletir e incentivam a estilos de vida mais simples.
Neste domingo, comemora-se também o primeiro ano de publicação da Encíclica ‘Laudato Si’, por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente.