A primeira viagem internacional do Papa Francisco, já como pontífice, teve como destino o Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude. Um encontro marcante permanece vivo na memória de quem esteve presente na Jornada Mundial da Juventude em 2013. Voluntários que viveram de perto este momento contam suas experiências.
Reportagem de Monizy Amorim e Daniel Camargo
Em julho de 2013, quatros meses após o início do pontificado, Francisco desembarcou no Rio de Janeiro para seu primeiro encontro com o jovens na Jornada Mundial da Juventude. Natália se inscreveu para trabalhar como voluntária e se lembra da expectativa para conhecer o novo sucessor de Pedro. “Já acolhendo as crianças e já tocando, o brasileiro tem muito disso de tocar, então todo mundo se jogava para cima quando ele passava, e querendo encostar e tocar no Papa. Para mim foi muito no coração, vê a alegria das pessoas, ficou muito marcante, algo que o Brasil nuca tinha visto antes”, disse a estudante de relações públicas, Natália Pereira Neto.
Juliana também serviu como voluntária na JMJ. 12 anos depois ainda guarda em casa recordações daqueles dias. O que elas não são capazes de revelar são as marcas que aquela experiência deixou, principalmente o rápido encontro com o Santo Padre. “O olhar dele para as pessoas é uma coisa que eu me lembro muito, foi uma fração de segundos, mas todo mundo ficou muito emocionado”, contou a jornalista, Juliana Cuani.
Foi graças a um pedido do Pontífice para mudar o seu trajeto que Joeline teve a oportunidade de vê-lo de perto e fazer experiência com aquela que foi uma de suas principais marcas, o acolhimento. “E lembro que eu comecei a chorar e eu não sabia porque eu estava chorando, e eu fiquei ‘Gente porque eu estou chorando?’, eu faço parte dessa Igreja. Eu lembro que eu senti uma alegria muito grande no meu coração, foi de acolhimento mesmo, de amor, ele querer estar perto do povo, perto dos jovens, foi maravilhoso”, relatou a assistente administrativa, Joeline Paes.
No caso de Ana Marilce um gesto de gratidão do Santo Padre a marcou profundamente. “O forte estava fechado, ninguém conseguia entrar e sair. Nós éramos só dez voluntários que estavam ali naquele momento, e ao descer do avião, ele desceu, chegou perto de nós e nos cumprimentou e
agradeceu pela nossa oferta de vida. Isso foi algo que me marcou muito, vê o próprio Santo Padre me agradecer pela minha oferta naquele momento”, relembrou a coordenadora de marketing, Ana Marilce Gonçalves.
Em cada uma dessas voluntárias, o encontro com Francisco lançou diferentes sementes seja por causa do olhar, dos gestos ou palavras. Fato é que, hoje todas elas colhem frutos. “Essa questão do servir também, fica para minha vida, eu tento fazer no meu dia a dia, na minha paróquia, na minha comunidade”, reforçou Juliana.
“Esse é o maior legado que ele deixa, de acolher, o nosso próximo, de olhar para ele com um olhar de compaixão”, explicou Joeline.
“Hoje eu faço parte da Comunidade Shalom, eu não conhecia a comunidade, eu conheci na jornada também, e a partir do caminho eu segui essa vocação também”, falou Ana.
“Ele falou ‘Não tenham medo de tomar decisões definitivas, escolhas definitivas’, e hoje encontrei quem é meu marido, assumi a vocação do matrimônio, nos casamos, e isso sempre ecoa no meu coração, não ter medo de assumir escolhas definitivas”, concluiu Natália.