A fé carioca subiu o morro para dizer adeus ao Papa Francisco. Em uma cerimônia emocionante, a Basílica da Penha, elevada a essa condição pelo Santo Padre, celebrou missa em homenagem ao Pontífice.
Reportagem de Matheus Alves
Imagens Reuters
No alto do morro, onde o céu parece mais próximo e a cidade se ajoelha ao longe, os sinos da Basílica da Penha dobraram em luto e louvor. A 382 degraus do chão, centenas de fiéis se reuniram para prestar a última homenagem àquele que marcou a história da Igreja Católica.
O templo que o próprio Pontífice permitiu que fosse elevado à basílica menor em 2016, foi tomado pelo afeto popular. Drones sobrevoaram o local, registrando a construção no topo do morro da Penha. Uma joia colonial fundada em 1635 como promessa de gratidão por uma vida salva.
O retrato do Papa, ladeado por fitas pretas, ocupou um local de destaque no presbitério. A comoção era percebida nas vozes que entoavam cânticos litúrgicos, nas mãos postas em oração, no silêncio respeitoso entre uma bênção e outra. Uma comunhão de luto e luz. “Para mim foi uma perda irreparável, mas eu creio que ele está lá no céu com Deus e que o Espírito Santo vai iluminar outro igual a ele ou talvez igual”, disse a devota de Nossa Senhora da Penha, Maria do Socorro Gomes da Silva.
“Papa da alegria, da fé e da misericórdia”, destacou Dom Antônio Catelan, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, durante a homilia. Suas palavras que ecoaram pelos arcos da basílica, destacaram o líder espiritual, símbolo de esperança para os que sofrem, como migrantes, refugiados e vítimas de tragédias. “Aos migrantes, aos sofredores, aos refugiados, a todos que de alguma maneira são atingidos por catástrofes ou sofrimentos. Então passa para história sem dúvida nenhuma, como um Papa da alegria da fé e da misericórdia, contou Dom Antônio Catelan.
Na Basílica da Penha, sua trajetória foi celebrada na simplicidade que ele tanto amava. Uma multidão de corações ainda olha para o céu, como referência ao Papa que ensinou a ver Deus nos pequenos gestos.