A linguagem que comunica a sabedoria de Deus e a que se detém na sabedoria do mundo, foram destaques no retiro, em Roma.
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco e a Cúria Roma prosseguem em Ariccia, nas proximidades de Roma, os Exercícios Espirituais da Quaresma, com o tema “A purificação do coração”. Neste ano, as meditações estão sendo dirigidas pelo sacerdote italiano, padre Angelo De Donatis.
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Nesta quarta-feira, 12, o pregador falou sobre a diferença entre a linguagem que comunica a sabedoria de Deus e a linguagem que se detém na sabedoria do mundo.
“Jesus era um ótimo comunicador não porque usava palavras que queriam persuadir a todo custo, mas porque transmitia a sabedoria de Deus, única capaz de chegar ao fundo dos corações”, frisou o sacerdote.
Padre Donatis propôs ao Papa e seus colaboradores uma reflexão sobre a linguagem e suas armadilhas. Destacou que o homem de hoje está ainda à procura da linguagem justa, a de Cristo, que não é a linguagem da força e do poder, mas a linguagem da fraqueza, que todos entendem, sobretudo, os que sofrem.
“Uma linguagem de caridade com a qual Jesus comunica ao homem a grandeza de Deus e permite ao ser humano testemunhar Cristo”, disse ainda o pregador.
Na tarde desta terça-feira, 11, o pregador falou sobre o amor entendido como misericórdia, a partir do trecho do Evangelho de São Marcos que narra a história da mulher que sofria de hemorragia e foi curada por Jesus.
“Considerada impura por sua religião a mulher vence o mal porque acreditou plenamente em Jesus. Hoje, isso também acontece quando a religião não ajuda a salvar o ser humano que está morrendo por um pecado. Quem salva é Cristo, é a sua misericórdia, e ter fé significa ter um contato vivo com Ele”, alertou o sacerdote.
Segundo o pregador, são construídos andaimes enormes para se chegar a Cristo, mas não se consegue alcançá-lo, pois pouco se pensa no sentido do Batismo, momento em que a Igreja acolhe o pecador e lhe dá vida nova.
“Nós não fazemos nada para nos salvar. Deus faz tudo. Por isso, devemos agradecê-lo e nos lembrar de caminhar não diante de Cristo, mas com Ele”, concluiu Padre Donatis.