Em encontro com novos embaixadores credenciados junto à Santa Sé, Papa afirmou que a paz é fruto de relacionamentos que reconhecem e acolhem o outro em sua dignidade inalienável
Da redação, com Vatican News
Neste sábado, 8, o Papa Francisco recebeu, no Vaticano, as credenciais dos novos embaixadores junto à Santa Sé dos seguintes países: Etiópia, Zâmbia, Tanzânia, Burundi, Catar e Mauritânia.
O Papa iniciou sua saudação sugerindo uma breve reflexão sobre três palavras: família, esperança e paz, “que podem orientá-los em seu serviço”.
Família humana
Ao falar sobre a família, primeira palavra proposta, o Papa recordou que, embora cada um tenha sua própria história, cultura, tradição e identidade, ao mesmo tempo fazem parte de “uma única família humana”.
“O nobre trabalho da diplomacia”, continuou Francisco, “em ambos os níveis, bilateral e multilateral, visa promover e fomentar esses valores, que são indispensáveis para o desenvolvimento autêntico e integral de cada pessoa, bem como para o progresso dos povos”.
Depois de citar os vários flagelos que afligem as famílias das nações, com guerras, refugiados, saúde inadequada, falta de comida, água, tráfico de pessoas, as mudanças climáticas e suas vítimas, sobretudo entre os mais frágeis disse que “estes desequilíbrios globais contribuem à perda da esperança, especialmente entre os jovens”.
“À luz desses desafios, é essencial engajar-se em um diálogo prospectivo, construtivo e criativo, baseado na honestidade e na abertura, para encontrar soluções compartilhadas e fortalecer os laços que nos unem como irmãos e irmãs na família global”, destacou.
Pensar nas novas gerações
“Nesse sentido”, continuou, “também devemos nos lembrar de nossas obrigações com as gerações futuras, perguntando-nos em que tipo de mundo queremos que nossos filhos e aqueles que virão depois deles vivam”. Ponderando ainda que a resposta está na segunda palavra proposta como reflexão; “esperança”.
Francisco destacou que, diante da incerteza sobre o futuro, é fácil ficar desanimado, pessimista e até cínico. No entanto, “a esperança nos leva a reconhecer o bem que está presente no mundo e nos dá a força necessária para enfrentar os desafios de nossos dias”.
“Por esse motivo”, disse ainda o Pontífice, “gosto de pensar em vocês, queridos embaixadores, como sinais de esperança, porque são homens e mulheres que buscam construir pontes entre os povos, e não muros”.
Reconhecer e acolher o outro
Com relação à terceira palavra a ser refletida, a paz, o Papa recordou que esta é “fruto de relacionamentos que reconhecem e acolhem o outro em sua dignidade inalienável”.
E reiterou em seguida que “somente quando deixamos de lado a indiferença e o medo é que um clima genuíno de respeito mútuo pode florescer, levando a uma concórdia duradoura”.
Concluiu o encontro com este desejo: “Espero que, no exercício de seu papel como diplomatas, vocês sempre se esforcem para ser pacificadores, aqueles abençoados pelo Todo-Poderoso”.