A Palavra de Deus e o dom do Espírito Santo são ajudas indispensáveis indicadas pelo Papa Francisco em mais uma catequese do ciclo de reflexões sobre o discernimento
Da Redação, com Vatican News
Dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre o discernimento, nesta quarta-feira, 21, o Papa Francisco se dedicou às ajudas que podem facilitar o discernimento. O tradicional encontro com os fiéis foi na Sala Paulo VI.
Francisco reconheceu que discernir é uma prática complicada porque a vida é complicada. É preciso aprender a ler a vida para não correr o risco de desperdiçá-la. “A vida nos coloca sempre diante de escolhas, e se não as fizermos de maneira consciente, no final é a vida que escolherá por nós, levando-nos para onde não gostaríamos de ir”.
A Palavra de Deus e a Doutrina da Igreja
Uma primeira ajuda indispensável, segundo o Papa, é o confronto com a Palavra de Deus e a Doutrina da Igreja. Elas ajudam a ler o que se move no coração, aprendendo a reconhecer a voz de Deus e a distingui-la de outras vozes que causam confusão. O Pontífice ressaltou que a voz de Deus não se impõe, é discreta, respeitosa e, precisamente por isso, pacificadora.
“Para quem crê, a Palavra de Deus não é simplesmente um texto para ler, é uma presença viva, obra do Espírito Santo que consola, instrui, dá luz, força, alívio e gosto de viver”.
Relação afetiva com o Senhor Jesus
Com a ajuda da Escritura, o Papa explicou que para discernir é preciso viver uma relação afetiva com o Senhor Jesus sem medo. O coração fala ao coração, e esta é uma ajuda indispensável e não é óbvia.
O Papa disse que muitas vezes pode-se ter uma ideia deturpada de Deus, considerando-O um juiz cruel e severo. Mas Deus não quer destruir o ser humano, quer que ele seja mais forte e bondoso todos os dias. Jesus revela um Deus cheio de compaixão e ternura, pronto a sacrificar-se para vir ao encontro da humanidade, acrescentou.
“Quem permanece diante do Crucificado sente uma nova paz, aprende a não ter medo de Deus, porque Jesus na cruz não assusta ninguém, é a imagem do desamparo total e, ao mesmo tempo, do amor mais completo, capaz de enfrentar todas as provações por nós”. E acrescentou: “A Palavra de Deus abre todas as portas, porque Ele, o Senhor, é a porta”.
Dom do Espírito Santo
Francisco recordou aos presentes o amor de Deus, um amor que leva a uma outra ajuda: o dom do Espírito Santo, que instrui e torna viva a Palavra de Deus lida. Depois de recordar a todos de rezar não só pelo Pai e por Jesus, o Papa pediu que os fiéis não se esqueçam de rezar pelo Espírito Santo.
“O Espírito Santo é discernimento em ação, presença de Deus em nós, é o maior dom que o Pai garante a quantos o pedem.”
Francisco concluiu a catequese dizendo que o discernimento tem a finalidade de reconhecer a salvação realizada pelo Senhor na vida de cada um. “Lembra-me que nunca estou só e que, se luto, é porque a aposta é importante. Com estas ajudas que o Senhor nos oferece, não devemos ter medo!”.