Homilia

A exemplo dos Magos, adorar Deus, pede Papa na Festa da Epifania

Homilia do Papa Francisco na festa da Epifania destaca três expressões que podem ajudar a entender melhor o que é ser adorador do Senhor

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Francisco presidiu Missa na Festa da Epifania na Basílica de São Pedro / Foto: Vatican Media

“Levantar os olhos”, “pôr-se a caminho” e “ver” são as três expressões destacadas pelo Papa Francisco a partir da Liturgia da Festa da Epifania do Senhor nesta quarta-feira, 6, e que podem ajudar a entender o que é ser adorador do Senhor. O Santo Padre presidiu a Missa por ocasião da solenidade na Basílica de São Pedro.

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Francisco pontuou que adorar Deus não é fácil, requer certa maturidade espiritual. Disse que, nos tempos atuais, essa adoração é particularmente necessária e, na solenidade de hoje, os Magos trazem algumas lições úteis: a exemplo deles, prostrar-se e adorar o Senhor. 

A primeira expressão elencada pelo Papa “levantar os olhos” convida a deixar de lado cansaços, lamentos, a visão limitada das coisas, a ditadura do próprio eu. Isso não significa, segundo o Papa, negar a realidade, mas olhar os problemas e as angústias de modo novo, sabendo que Deus conhece essas situações difíceis e não fica indiferente.

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“Este olhar que, apesar das vicissitudes da vida, permanece confiante no Senhor gera a gratidão filial. E quando isso acontece, o coração abre-se à adoração”, disse, acrescentando que, pelo contrário, o medo invade o coração, tornando difícil adorar o Senhor. Nesses casos, é preciso ter coragem e saber que a realidade é maior do que os pensamentos.

“Quando levantamos os olhos para Deus, os problemas da vida não desaparecem, mas sentimos que o Senhor nos dá a força necessária para enfrentá-los”.

Pôr-se a caminho

Sobre a segunda expressão, “pôr-se a caminho”, Francisco destacou que essa atitude leva a um amadurecimento interior necessário para adorar o Senhor. Ele lembrou o exemplo dos Magos, que antes de poder adorar o Menino nascido em Belém tiveram que enfrentar uma longa viagem.

“É através dum caminho gradual que nos tornamos adoradores do Senhor. Por exemplo, a experiência ensina que a pessoa, aos cinquenta anos, vive a adoração com um espírito diferente de quando tinha trinta. Quem se deixa moldar pela graça costuma melhorar com o passar do tempo”, frisou.

Outro ponto destacado pelo Papa é que, com o passar do tempo, “as provas e adversidades da existência – vividas na fé – contribuem para purificar o coração, torná-lo mais humilde e, consequentemente, mais disponível para se abrir a Deus. Como os Magos, também nós devemos deixar-nos instruir pelo caminho da vida, marcado pelas dificuldades inevitáveis da viagem”.

Ver: olhar além

A terceira e última expressão citada pelo Papa foi “ver”. Francisco explicou que o que os Magos viram quando chegaram a Belém foi um menino pobre com sua mãe, mas com sua sabedoria souberam ver além: transcenderam aquela cena tão humilde, reconhecendo naquele Menino a presença de um soberano.

“Por outras palavras, foram capazes de ‘ver’ para além das aparências. (…) Para adorar o Senhor é preciso ‘ver’ além do véu do visível, pois este, muitas vezes, mostra-se enganador”, disse o Papa. Ele acrescentou que esta forma de ver – que transcende o visível – leva a adorar Deus muitas vezes escondido em situações simples, em pessoas humildes e marginais.

“Que o Senhor Jesus nos torne seus verdadeiros adoradores, capazes de manifestar com a vida o seu desígnio de amor, que abraça a humanidade inteira.”, concluiu o Santo Padre.

No Brasil, a festa que celebra a manifestação do Senhor foi no último domingo, 3, pois se transfere a solenidade para o domingo mais próximo.

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