Discurso do Papa aos redatores e funcionários da revista foi baseado em três palavras-chave: diálogo, discernimento e fronteiras
Jéssica Marçal
Da Redação
O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta sexta-feira, 14, redatores e funcionários da revista jesuíta “Civiltà Cattolica”. Em seu discurso, o Santo Padre elencou três palavras para ajudá-los em seu compromisso: diálogo, discernimento e fronteira, e destacou que a “civilização católica” é a civilização do amor, da misericórdia, da fé.
Acesse
: Íntegra do discurso do Papa
Francisco disse que a equipe da revista desenvolve um importante serviço cultural e que sua tarefa principal não é construir muros, mas pontes que possam estabelecer diálogo com todos os homens, mesmo com aqueles que não partilham a fé cristã.
“São tantas as questões humanas para discutir e partilhar e no diálogo é sempre possível aproximar-se da verdade, que é dom de Deus, e enriquecer uns aos outros. (…) E para dialogar é necessário abaixar as defesas e abrir as portas. Continuem o diálogo com as instituições culturais, sociais, políticas, também para oferecer a vossa contribuição à formação de cidadãos que tenham no coração o bem de todos e trabalhem pelo bem comum. A ‘civilização católica’ é a civilização do amor, da misericórdia, da fé”.
Sobre o discernimento, o Santo Padre lembrou que as grandes perguntas hoje estão mais vivas do que nunca, sendo necessário que cada um as interprete e as entenda. Ele destacou que um tesouro dos jesuítas é propriamente o discernimento espiritual, que procura reconhecer a presença do Espírito de Deus na realidade humana e cultural. “Deus está trabalhando na vida de cada um e na cultura: o Espírito sopra onde quer. Procurem descobrir aquilo que Deus fez e como prosseguirá sua obra.”
Por fim, Francisco falou sobre a questão das fronteiras, destacando que a ruptura entre Evangelho e cultura é um drama (cfr Evangelii nuntiandi, 20) e que a equipe da “Civiltà Cattolica” foi chamada justamente para dar sua contribuição a fim de sanar esta ruptura.
“Este ministério é típico da missão da Companhia de Jesus. Acompanhem, com as vossas reflexões e os vossos aprofundamentos, os processos culturais e sociais, e quantos estão vivendo transições difíceis, fazendo-se preocupados também com os conflitos. O vosso lugar próprio são as fronteiras”, disse.